18 abril 2024

POLÍTICA - Ministro Barroso, fascismo e lavajatismo vivem de ideias infelizes e criminosas

 


Por Moisés Mendes*

O ministro Luis Roberto Barroso definiu como apenas uma ideia infeliz a tentativa de Deltan Dallagnol de se apropriar de R$ 2,5 bilhões da Petrobras. A juíza Gabriela Hardt teria somente avalizado a infelicidade alheia. 

Pois o mundo recua, tropeça e avança por causa de ideias infelizes, sempre dependendo do ponto de vista de quem examina as ideias dos outros, sendo ou não um juiz. 

Na noite de 3 de novembro de 2022, uma quinta-feira, um grupo teve a ideia infeliz de cercar o restaurante em que o ministro Barroso e a família jantavam com amigos em Porto Belo, um dos paraísos do litoral catarinense. 

A ideia parecia ser apenas essa. Vaiar o ministro, o que é do jogo para toda figura pública, e esculhambar seu fim de semana. Mas o grupo foi ganhando o reforço de extremistas e Barroso teve de deixar o local. Refugiou-se numa casa. Mas a casa também foi cercada. 

A ideia infeliz de gritar e vaiar evoluiu para ameaças. O ministro e a família abandonaram a casa às 4h da madrugada, porque outra ideia infeliz poderia prosperar. 

Na Amazônia, mais ou menos na mesma época, grupos que haviam decidido explorar o garimpo na terra dos yanomamis foram ganhando o reforço de traficantes e bandidos de toda espécie. 

Uma ideia infeliz, a de garimpar ouro ilegalmente, evoluiu para outras ideias, e os bandidos passaram a cercar e matar inimigos, indigenistas, os indígenas e quem chegasse perto. A tiros e de fome. 

Os yanomamis não têm como escapar do cerco, mas o ministro Barroso fugiu para Brasília, onde conta, não se sabe em que dimensão e até quando, com a proteção institucional de autoridade da mais alta Corte do país. 

Barroso sabe que o Brasil enfrenta os sobressaltos de ideias infelizes recentes, desde o golpe contra Dilma, passando pelo encarceramento de Lula, até o que aconteceu no 8 de janeiro. 

Desde a ideia infeliz do golpe de 2016, levada adiante como ideia da grande imprensa em conluio com o Brasil arcaico e a leniência das instituições, direita e extrema direita evoluíram para a certeza de que era preciso consumar a ideia do encarceramento de Lula. 

E chegaram assim à ideia infeliz de ajudar a eleger Bolsonaro e de apoiar outra ideia infeliz, a de transformar Sergio Moro em empregado de Bolsonaro, enquanto todo o governo teve a ideia de negar vacina aos brasileiros. 

No ano passado, se o Supremo tivesse concordado com a tese de que a invasão de Brasília havia sido apenas uma ideia infeliz, todos os mais de mil presos do 8 de janeiro seriam tratados, como diz Bolsonaro, como uns coitados. 

Porque não havia ali um líder entre eles. Eram pessoas comuns tomadas pelo transe de uma ideia coletiva infeliz. Os autores da ideia nunca assumiram que a ideia era deles, e os presos e condenados são apenas os que levaram a sério as ideias infelizes dos outros. 

Alguém em algum lugar, nesse momento, está furtando um pacote de massa em algum supermercado. E em algum gabinete um juiz estará decidindo que o furto de um pacote de massa não pode ser tratado apenas como ideia infeliz, mas como furto mesmo. 

O temor de pelo menos metade do Brasil é de que essa percepção do que é furto, no caso do pacote de massa, e do que possa ser uma ideia infeliz, no caso da apropriação de R$ 2,5 bilhões da Petrobras, se institucionalize ainda mais e vire acórdão e jurisprudência e inspiração de conduta, não para magistrados, mas para as almas coletivas. 

Porque o que o lavajatismo e o fascismo esperam é que suas atitudes sejam percebidas assim mesmo, apenas como ideias infelizes à espera da fala e da decisão de um grande juiz capaz de legitimá-las. 

O cerco que o ministro sofreu em Santa Catarina, sem notícia até agora de que tenha culpados, não foi, nem na origem, quando o primeiro grupo chegou ao restaurante, apenas uma ideia infeliz. 

A turba extremista, no Estado mais extremista do país, estava cercando o Supremo, depois da eleição consumada. Para avisar que o fascismo cotidiano continuava ativo e que a ideia do golpe estava mantida. 

Como ainda continua vivo, por ser mais do que ideia infeliz, o fascismo que se rearticula sob a proteção do poder econômico, o mesmo fascismo patrocinado que cercou o ministro do Supremo e o expulsou da cidade às 4h da madrugada. 

O poder econômico, que continua organizando e mobilizando tios e tias, fora e dentro das redes sociais e do zap, está intocado, ministro Barroso. É o único núcleo do golpismo e do lavajatismo ainda intacto. O único que o Supremo não consegue alcançar. 

Essa é a impunidade do poder do dinheiro, dos que lidam ou pretendem lidar com bilhões, em nome de uma grande causa ou apenas de uma ideia infeliz. 

O dinheiro atenua os desvios éticos e morais dos que sabem manuseá-lo. O dinheiro torna os seus atos, por mais absurdos que pareçam, apenas ideias infelizes e às vezes até infelizmente razoáveis. 

O Supremo continua cercado pelo poder do dinheiro, ministro Barroso, e o Brasil todo, e não só o STF, precisa de ideias melhores do que fugir sem olhar pra trás no meio da madrugada.

...

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve também para os jornais Extra Classe, Jornalistas pela Democracia e Brasil 247. É autor do livro de crônicas 'Todos querem ser Mujica' (Editora Diadorim) - Fonte: Blog do Moisés Mendes

-Via Blog O Boqueirão Online

17 abril 2024

Vitória no CNJ mostra que Lava Jato é um câncer em atividade

 


Por Jeferson Miola* 

A decisão do ministro-corregedor do Conselho Nacional de Justiça sobre a gangue da Lava Jato é demolidora.

Nela, Luis Felipe Salomão transcreve trechos impressionantes do relatório da Correição [auditoria] realizada na 13ª Vara da justiça federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região sediado em Porto Alegre.

A Corregedoria descreveu práticas indecentes, ilícitas e, inclusive, criminosas dos implicados em conexão com Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

Apesar das evidências e provas eloquentes, a maioria do CNJ decidiu revogar os afastamentos cautelares da juíza Gabriela Hardt e do juiz Danilo Pereira, mantendo afastados apenas os desembargadores do TRF4 Loraci Flores de Lima e Thompson Flores.

O ministro Luís Roberto Barroso agiu como advogado de defesa dos acusados e liderou a reação lavajatista. Quebrando a tradição do presidente votar por último, ele abriu dissidência em relação ao voto do ministro-corregedor e defendeu ardorosamente a juíza plagiadora do Moro, aquela adepta da prática do copia-e-cola.

Barroso não se envergonhou com seus argumentos, embora tenha causado vergonha alheia em que o escutava. No quesito ridículo, ele ombreou com um colega patético que disse “votar com o coração”.

Indiferente às graves infrações funcionais e prováveis crimes de Gabriela Hardt apurados pela Corregedoria, Barroso disse que “essa moça não tinha absolutamente nenhuma mácula”, é “uma boa moça, de reputação ilibada”.

Referindo-se ao acordo ilegal e firmado clandestinamente entre procuradores da Lava Jato e agentes do governo dos EUA para desviar entre 2,5 e 6 bilhões de reais para a fundação criada por Deltan e colegas, Barroso disse tratar-se de um “bom acordo” homologado pela juíza. Simplório assim.

Barroso tem identidade ideológica com o lavajatismo. E já cultivou momentos de intimidade com os integrantes da Lava Jato – a ponto de, em 9 de agosto de 2016, recepcioná-los em sua casa para um jantar “com máxima discriçãoNa medida do possível, desejamos manter como um evento reservado e privado”.

Tereza e eu teremos o imenso prazer em recebê-los para um pequeno coquetel/jantar em nossa casa”, dizia o convite a Moro e Dallagnol.

Apesar de tais afinidades e intimidades, Barroso não considera abaladas sua isenção e imparcialidade, ainda que seus posicionamentos enfáticos e apaixonados em defesa da Lava Jato e dos seus integrantes indiquem o contrário.

A vitória no CNJ, ainda que parcial, mostra que a Lava Jato é um câncer ainda em atividade. E suas metástases continuam se espalhando na institucionalidade judicial do país – da primeira instância do judiciário à Suprema Corte.

A unidade editorial pró-Lava Jato da mídia hegemônica nos últimos dias, com a Rede Globo à frente, evidencia o esforço de recomposição do lavajatismo em aliança com a direita antipetista, a extrema-direita bolsonarista e os militares.

*Fonte: https://jefersonmiola.wordpress.com/

15 abril 2024

Israel provocou Irã para envolver EUA e ampliar conflito, mas fracassou, dizem analistas

Meta de Tel Aviv seria reduzir isolamento internacional gerado pelo massacre em Gaza e salvar governo Netanyahu

Irã respondeu bombardeio de consulado em Damasco, na Síria - Rede Social Imam Khamenei/Fotos Públicas

Por Rodrigo Durão*

A onda de solidariedade internacional para com Israel gerada pelo ataque do Hamas dentro de seu território, em outubro, durou pouco. O massacre diário de civis palestinos na Faixa de Gaza, a maioria de mulheres e crianças - que prossegue apesar de condenações globais - tornam o país cada vez mais isolado

É nesse contexto que ampliar o conflito com o envolvimento de Estados Unidos e Irã poderia ser a forma de o governo de Benjamin Netanyahu reconquistar empatia internacional e apoio interno, segundo analistas ouvidos pelo Brasil de Fato. Eles apontam que o ataque israelense ao consulado iraniano na Síria, no dia primeiro de abril - que resultou em diversas mortes, incluindo a de um importante comandante militar do Irã - foi ato pensado para causar a reação do último domingo.

"O bombardeio do consulado foi claramente uma provocação, Israel quer há muito tempo ampliar o conflito por vários razões", disse Mohammed Nadir, coordenador do Laboratório de Estudos Árabes da Universidade Federal do ABC (UFABC). "Esse ataque ocorreu após vários outros ataques contra alvos iranianos na Síria, justamente para trazer o Irã para o confronto."

Nadir acredita que provocar o Irã para uma disputa militar direta é desejo do governo israelense, que elegeu Teerã como seu "inimigo número 1". "Israel acusa o Irã de ter instigado o Hamas para causar os ataques de sete de outubro, se ressente da influência iraniana cada vez maior junto a grupos armados como os Houthis no Iêmen e o Hezbollah no Líbano, mas acima de tudo, com a possibilidade de Teerã conseguir a  bomba atômica."

O pesquisar do instituto Front Anderson Barreto Moreira concorda com a análise, afirmando que o ataque israelense em Damasco tinha o objetivo de "envolver os Estados Unidos numa guerra de alto potencial e salvar não apenas o governo [de Netanyahu], mas tirar o Estado de Israel do isolamento em que se encontra".

Netanyahu vem enfrentando inúmeros problemas internos. Mesmo antes dos ataques do Hamas, ele corria o risco de ser deposto da liderança do Knesset - o Parlamento de Israel - pela oposição, por tentar mudar a constituição e emplacar leis que reduziam os poderes dos legisladores. Recentemente, o premiê vem sendo alvo de protestos que pedem sua saída por não conseguir libertar os reféns feitos pelo Hamas.

Razões do fracasso

No entanto, os analistas ouvidos pelo Brasil de Fato concordam que a estratégia israelense não funcionou. 

"Primeiro porque os Estados Unidos não têm a mínima condição de abrir um front desse porte, dada a humilhação e fracasso na Ucrânia e sem uma solução para sair daquele atoleiro, estão deixando para os europeus. As eleições estão em risco, a política externa um caos", afirma Moreira. 

"O fato de, domingo mesmo, Biden ter afirmado que não embarcará em nenhuma resposta israelense contra o Irã já é uma mudança de postura. 'Israel pode considerar o dia de hoje como uma vitória' essa foi a frase de Biden."

Para Mohammed Nadir, "os EUA não querem nesse momento, depois do fracasso no Afeganistão e Iraque, se envolver em outra aventura militar; um ataque apenas não resolveria, teria que mandar soldados no terreno e não há clima para isso." 

"A estratégia estadunidense hoje visa a China, não o Oriente Médio. Além disso, a Rússia, aliada do Irã, não permitiria uma guerra no Oriente Médio", pondera. "Imaginemos que os EUA estivessem dispostos a embarcar em uma guerra nos moldes do que ocorreu no Iraque - coisa que não estão. Para Moscou, a aliança com Teerã permite uma presença estratégica no Golfo, um privilégio geopolítico. É por isso que a Rússia não permitiria uma mudança de regime no Irã que a enfraquecesse como país."

Já o analista Giorgio Romano, também do OPEB (UFABC), destaca ainda a "inteligência da resposta iraniana" ao ataque contra o consulado em Damasco.

"Netanyahu jogou uma casca de banana para o Irã, que não podia escolher não fazer nada perante sua população interna e grupos sobre os quais têm influência, como Hezbollah e Hamas. Teerã mostrou capacidade de fogo ao atingir uma base militar no sul de Israel com míssil, indicando o que poderia acontecer em um eventual ataque surpresa - o que não foi o caso", explica. 

"O ataque foi anunciado com bastante antecedência, para que Israel pudesse se preparar. Os Estados Unidos, reconhecendo a moderação na resposta do Irã, fizeram questão de imediatamente fechar a questão em torno do G7, com uma posição clara para que Israel não retaliasse."

"Claro que lidamos com a irracionalidade de Netanyahu, mas um indicativo claro de que não haverá escalada é que os preços do petróleo hoje (segunda-feira) caíram, após uma alta gerada pela incerteza do que poderia acontecer." . 

'Netanyahu é o grande derrotado'

Moreira diz que "o governo Netanyahu é o grande derrotado até agora. Se não responder à retaliação corre o risco de ser retirado do poder pelos setores linha dura que já avisaram que não aceitam uma não resposta. Se responder sem o apoio dos Estados Unidos corre o risco de sofrer um ataque ainda maior, reafirmado mais de uma vez pelo governo iraniano."

"Para um governo que está vendo milhares nas ruas, tendo o Parlamento invadindo pedindo a sua renúncia, condenado mundialmente pelo genocídio em andamento na Palestina, parece que qualquer resposta não terá efeito algum."

Por outro lado, a resposta iraniana - embora tenha causado poucos danos concretos a Israel - teve o mérito de ter sido o primeiro ataque direto já realizado pelo país contra o território israelense, o que reforça o status do Irã como potencia regional, segundo os analistas. 

"O Irã sai como o novo poder da região. Demonstrou que tem capacidade de confronto e mostrou as vulnerabilidades do maior rival. Ainda por cima articulou uma vasta rede de apoio: Houthis no Iemên, Hezbollah no Líbano, Síria e Iraque com espaços aéreos abertos para a passagem dos drones e mísseis", afirma Moreira. 

"Apesar de Israel recorrer à ONU, sua imagem e posição já estão tão destruídas que não houve comoção mundial alguma. Com exceção de Estados Unidos e seus aliados na Europa, o mundo não saiu em defesa e nem condenando os ataques. É a ordem multipolar sendo construída sobre os escombros da antiga", conclui. 

*Edição: Lucas Estanislau - Via BrasildeFato

13 abril 2024

Secom suspende publicidade no X depois dos ataques de Elon Musk à soberania nacional*

Bilionário de extrema-direita atacou o Brasil, as instituições nacionais e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

   Elon Musk (Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters I Reuters)

A Secretaria de Comunicação da presidência da República (Secom), numa decisão tomada pelo ministro Paulo Pimenta, suspendeu nesta sexta-feira todos os contratos de publicidade com o X, do bilionário de extrema-direita Elon Musk. A decisão foi uma resposta às ações do extremista contra o Brasil, as instituições nacionais e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Numa ação coordenada com parlamentares de extrema-direita e propagadores de notícias falsas, Musk tentou fabricar um escândalo sobre uma suposta "ditadura" no Brasil, com cerceamento da liberdade de expressão. Um de seus objetivos é fortalecer a extrema direita em nível mundial. Outro, garantir acesso a recursos naturais estratégicos do Brasil.

Além de suspender os contratos de publicidade com o X, o governo tomou outra providência importante. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estreou nesta sexta-feira sua conta no BlueSky, uma rede social que chega com força para enfrentar o X no Brasil. Em entrevista, a presidente do BlueSky, Jay Graber, destacou o compromisso da plataforma com os direitos humanos, bem como o combate ao discurso de ódio. Ela também ressaltou que o Brasil é uma democracia vibrante.

*Via Brasil247

10 abril 2024

MÍDIA - Brasil 247 e seus jornalistas abraçam a rede social Bluesky, que irá tomar o espaço do X no Brasil e no mundo

Decisão é uma resposta aos crimes cometidos por Elon Musk contra o Brasil e o 247 estimula os formadores de opinião e internautas a ingressar na nova plataforma

   Brasil 247 no Blue Sky (Foto: Divulgação)

247* – O Brasil 247, responsável por um dos sites de notícias mais acessados do País e pela TV 247, um dos maiores canais independentes do Youtube no País, decidiu abraçar a rede social Bluesky, que foi lançada recentemente e tem tudo para substituir o X (antigo Twitter) como um dos principais pólos de debate democrático no Brasil e no mundo. Concebida por Jack Dorsey, fundador do Twitter, posteriormente adquirido por Elon Musk, a rede Bluesky preza pela comunicação não violenta, pelo combate às fake news e pelo respeito aos direitos humanos.

A decisão do Brasil 247 é uma resposta aos crimes cometidos por Elon Musk contra a soberania nacional. Protagonista da extrema-direita internacional, Musk tem liderado uma campanha de fake news no X contra as instituições brasileiras e contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Numa ação coordenada com parlamentares de extrema-direita, que participaram da tentativa fracassada de golpe de estado em 8 de janeiro de 2023, Musk mobilizou prepostos para denunciar uma suposta "ditadura" no Brasil. Seu objetivo é usar a bandeira da liberdade de expressão como escudo para seus reais interesses econômicos, que passam pelo acesso a recursos naturais e ao mercado brasileiro de carros elétricos, onde uma de suas empresas, a Tesla, tem-se mostrado incapaz de enfrentar concorrentes chineses.

Responsável editorial pelo Brasil 247, o jornalista Leonardo Attuch (siga aqui no Blue Sky) convidou todos os jornalistas do grupo a ingressarem no Bluesky para fortalecer uma rede social saudável. O Brasil 247 também se compromete e divulgar as contas de formadores de opinião comprometidos com a liberdade, a democracia, a brasilidade e a soberania nacional, para que todos ganhem alcance com maior rapidez. Siga neste link o Brasil 247 no Blue Sky e siga também todos os nossos jornalistas nesta nova rede, que assume compromissos com a comunicação saudável.

Na opinião de Attuch, o X está fadado ao fracasso porque Musk passou claramente a usar a plataforma em prol de seus interesses econômicos e geopolíticos, ampliando o alcance da extrema direita e reduzindo o alcance de pessoas comprometidas com a cidadania. "Aos poucos, os usuários vão se dar conta de que a rede perdeu a utilidade por ser um instrumento do dono, e não uma plataforma minimamente neutra", diz Attuch.

Saiba mais sobre o Bluesky – O Bluesky, um aplicativo de mídia social, está rapidamente ganhando destaque como uma alternativa ao Twitter, após sua concepção pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey. Desenvolvido em paralelo com o Twitter, Bluesky apresenta uma abordagem descentralizada, com uma interface de usuário semelhante ao Twitter, porém com características distintas, como escolha algorítmica, design federado e moderação específica da comunidade.

O projeto Bluesky foi anunciado por Dorsey em 2019, quando ele ainda liderava o Twitter. Na época, Dorsey revelou planos de financiar uma equipe independente para desenvolver um padrão descentralizado para mídias sociais. Entretanto, com a compra do Twitter por Elon Musk, o Bluesky tornou-se completamente independente da plataforma, desassociando-se do Twitter desde o final de 2022.

Diferentemente do Twitter, o Bluesky utiliza um framework de código aberto desenvolvido internamente, conhecido como Protocolo AT. Essa abordagem proporciona transparência para pessoas fora da empresa sobre o desenvolvimento e a construção da plataforma. Com essa arquitetura, o Bluesky busca oferecer aos usuários mais liberdade e controle sobre sua experiência em redes sociais.

Apesar de sua independência do Twitter, o Bluesky ainda mantém sua semelhança com a popular plataforma de microblogging. Os usuários podem criar perfis com identificadores como @username.bsky.social e publicar posts de até 256 caracteres, que podem incluir fotos. O aplicativo também oferece recursos familiares, como retweets, curtidas e a capacidade de seguir outros usuários.

*Via Brasil247

LÍTIO, X E ELEIÇÕES - Seguimos o dinheiro que movimenta os ataques de Elon Musk a Alexandre de Moraes


Por Tatiana Dias e Paulo Motoryn*

A POSTURA DE ELON MUSK em relação ao Brasil, especialmente em confronto com o judiciário brasileiro, não é usual. Com desafios regulatórios em diversos países, o bilionário geralmente coloca em segundo plano seu ativismo de extrema direita para facilitar a entrada das empresas de seu conglomerado em outras nações.

Na Índia, por exemplo, o X (antigo Twitter) até se posicionou contrário a decisões judiciais do país, chefiado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, do partido de extrema direita Bharatiya Janata Party, há mais de uma década. Mas fez questão de dizer que acataria cada uma delas. Lá, Musk pretende investir US$ 3 bilhões em fábricas da Tesla para frear o avanço da sua principal concorrente, a chinesa BYD, na região.

No Brasil, no entanto, o bilionário seguiu outra linha. Ao comprar o Twitter e transformá-lo no X, Musk comprou também uma poderosa ferramenta política, que reúne lideranças mundiais, comunicadores e pesquisadores de todo o mundo. Agora, ele está usando esse poder comunicacional para desestabilizar o país e impulsionar seus próprios negócios.

A investida foi coordenada: primeiro, no dia 4, os  Twitter Files, que mostram os advogados da empresa reclamando das ordens de Alexandre de Morais, que pediu o bloqueio de contas envolvidas em manifestações golpistas. 

Depois, um tuíte provocativo do próprio Musk, como apito de cachorro, para mobilizar bolsonaristas contra a ‘censura’. O circo foi armado: Bolsonaro pai e Eduardo fizeram uma live, Nikolas Ferreira, Paulo Figueiredo e Allan dos Santos, que estava banido, fizeram outra. 

A extrema direita se mobilizou, Musk usou sua rede para peitar uma ordem judicial do Supremo Brasileiro – o que é ilegal, segundo o Marco Civil da Internet – e pedir o impeachment de Alexandre de Moraes. O nosso ministro, por fim, acabou incluindo o bilionário em seu extenso inquérito de milícias digitais(...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo (via Intercept Brasil)