28 dezembro 2008

Massacre




Israel lança novos ataques aéreos contra Faixa de Gaza

(BBCBrasil) - Aviões israelenses realizaram novos bombardeios na Faixa de Gaza, um dia após uma série de ataques contra alvos no território palestino que deixaram, segundo autoridades palestinas, pelo menos 280 mortos.
Os novos ataques, neste domingo, alvejaram o principal centro de segurança do Hamas, a sede de um canal de TV de propriedade do grupo islâmico e uma mesquita.

O governo israelense alertou que poderá iniciar operações militares por terra na Faixa de Gaza, se os disparos com foguetes por militantes palestinos contra alvos no sul de Israel não cessarem.

O governo também mobilizou reservistas para reforçar o Exército.

Em entrevista à BBC, o ministro da defesa de Israel, Ehud Barak, disse que uma invasão do Exército no território palestino poderia ser iniciada "se o (grupo militante palestino) Hamas não mudar seu comportamento".

Se o número de mortos for confirmado, o dia de sábado terá sido o mais sangrento na história do território palestino.

Um greve geral foi convocada nos territórios palestinos enquanto moradores da cidade de Gaza se preparam para realizar funerais.

O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, acusou Israel de ter promovido "um massacre" e convocou uma nova intifada, ou levante, contra Israel.

Em resposta imediata aos ataques de sábado, militantes palestinos dispararam foguetes do tipo Qassam contra Israel, matando um israelense na cidade de Netivot, 20 km ao leste da Faixa de Gaza.

Reações

O Conselho de Segurança da ONU fez um apelo pelo fim imediato da violência na Faixa de Gaza.

Em uma sessão de emergência, o Conselho pediu que os dois lados envolvidos no conflito se empenhem para resolver a crise no território palestino, onde vivem um milhão e meio de pessoas, a grande maioria delas em situação precária, com escassez de alimentos, remédios e combustível. (...)

Caos nas ruas

Os bombardeios atingiram várias áreas na Faixa de Gaza, visando os locais mais povoados: a Cidade de Gaza, Khan Younis e Rafah. (...)

Os ataques com caças F-16, que também teriam deixado centenas de feridos, são os mais intensos realizados por Israel em meses e se seguem ao fim, neste mês, do acordo de cessar-fogo entre o governo israelense e o Hamas.

Imagens exibidas pela TV mostraram cenas de caos nas ruas da Faixa de Gaza e pessoas ensangüentadas sendo levadas para hospitais.

Funcionários do principal hospital de Gaza disseram que as salas de cirurgia estão superlotadas, que os remédios estão acabando e que não há cirurgiões suficientes.

Fontes médicas em Gaza disseram ainda que a maioria das vítimas dos ataques são policiais ligados ao Hamas, mas haveria também mulheres e crianças.


Reações


Na Cisjordânia, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas – cuja facção política, o Fatah, foi afastada do governo da Faixa de Gaza pelo Hamas em 2007 – condenou os ataques e pediu calma.

O presidente da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que os ataques israelenses foram assustadores e convocou uma reunião de emergência da organização para discutir a escalada da violência. A reunião deve ser realizada neste domingo, no Cairo.

“Agora estamos lidando com uma situação muito perigosa e real, uma grande tragédia humana… Haverá muitas vítimas em Gaza e os árabes precisam assumir uma posição”, disse Moussa. (...)

*Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/

Nenhum comentário: