07 janeiro 2010

Filme















LULA, UM FILHO DO BRASIL

Júlio Quadros escreve:

No dia 22 de Dezembro assisti ao filme Lula, o Filho do Brasil. Foi uma sessão especial destinada para aproximadamente 400 pessoas, entre lideranças sindicais e populares, no Cinema Bourbon Country, na cidade de Porto Alegre. Uma Produção de Luis Carlos Barreto e Paula Barreto, com direção de Fábio Barreto, que retrata a vida de Lula "um filho do Brasil".

O Filme mostra a trajetória de Lula. Do seu nascimento em Garanhuns, interior de Pernambuco, a relação com a sua família, em especial a figura da Dona Lindu sua mãe que tem uma presença muito forte na sua formação. Dona Lindu, que é interpretada por Glória Pires, ensinou Lula a teimar por aquilo que acreditava ser correto e também saber a hora de fazer as coisas acontecerem. Aliás, uma das cenas mais emocionantes, ocorre quando Dona Lindu morre. Lula estava preso por ação da ditadura militar como repressão aos movimentos e greves do ABC Paulista, e sai da prisão para, junto com a família e companheiros, acompanhar o enterro da sua mãe.

A produção de Luis Carlos Barreto retrata as dificuldades de milhares de famílias brasileiras, expulsas do campo, do interior do país, que vão para São Paulo em busca de melhores oportunidades. O trabalho no litoral paulistano, passando pelas dificuldades de morar na periferia de São Paulo (as enchentes na vila carioca) até o ingresso no SENAI e a conquista do diploma de Torneiro Mecânico.

O Lula torcedor Corintiano, jogando pelada na várzea, o Lula jovem que se apaixona casa e constitui família. O Lula que enfrenta a tragédia da morte da primeira mulher, Lourdes, e de seu filho, por falha médica. O Lula que conhece Marisa Letícia no Sindicato dos Metalúrgicos. Ou seja, a figura humana é extraordinariamente ressalvada em vários momentos do filme.

O processo de ingresso no mundo sindical, também é retratado no filme. No inicio a presença em assembléia vazias, por convite do irmão Ziza. Era o período da ditadura militar e do sindicalismo pelego. As contradições com uma diretoria que não queria conflitos nem com os patrões e muito menos com o regime são retratadas até o surgimento do LULA que cria a consciência de que o sindicato não é de direita e nem de esquerda, mas é um instrumento dos trabalhadores na luta por melhores condições de vida e de trabalho.

Ao contrário do que muitos possam imaginar, o filme não retrata a trajetória política partidária de Lula, com exceção de uma breve cena no final, quando da posse na Presidência da República. Portanto, não é um filme panfletário nem eleitoreiro, como alguns articulistas tentaram sugerir. É um filme sobre um ilustre filho do País, que sobreviveu a miséria do sertão nordestino, que viajou no pau de arara, que enfrentou as dificuldades da periferia das grandes cidades e criou uma consciência como liderança sindical e metalúrgica. Esta consciência criou o LULA. Vale a pena ver, vá lá.

*Júlio Cesar R. de Quadros é jornalista, secretário-executivo do Consórcio Pró-Sinos. É ex-presidente da CGTEE e do PT/RS.

**Fontes: Blog do Julio Quadros - http://julioquadros13.blogspot.com
e 'O Boqueirão' - http://oboqueirao.zip.net/

(Edição e grifos deste blog)

Um comentário:

alex kleinert disse...

O PERFIL DO INDIVIDUO LULA,E NÃO DA PERSSONALIDADE POLÍTICA, COMPROVA QUE A CONCIÊCIA POLITICA SE DA ATRAVÉS DA NESSECIDADE DE CADA UM EM MUDAR AS COISAS PARA MELHOR, ASSISTINDO A HUMANIDADE E ENTÃO BUSCANDO MECANISMOS QUE VIABILIZEM NOSSOS PROGETOS, PROGETOS ESSES JÁ MANIFESTADOS DESDE CRIANÇAS QUE VÃO FICANDO MAIS FORTES AO LONGO DO TEMPO.