06 junho 2010

Jornais


















Uma nova Última Hora, já!


'Enquanto durou, a Última Hora representou o que de melhor era possível se fazer no jornalismo da época, dando grandes furos, realizando reportagens históricas e congregando em suas páginas os mais competentes colunistas nas mais diversas áreas.'


Laurindo Leal Filho escreve:

Carta Maior - Dá tristeza parar em frente à uma banca de revistas no Brasil. Diante de tanto papel impresso e de balas, doces e isqueiros, pouco há para escolher. Quando se trata de jornal, então, a pobreza é franciscana. Em São Paulo são dois títulos, com conteúdos quase iguais. No Rio, um e meio.

Num ano eleitoral como este a escassez de diversidade nas bancas chega a ser um atentado ao processo democrático. Muitos poderão dizer que os jornais, além de poucos, têm tiragens tão insignificantes que a influência no eleitorado beira o zero. É verdade, em parte. Somadas as vendas em banca e as assinaturas dos três jornalões, o total não chega a um milhão de exemplares diários. Num país com quase 200 milhões de habitantes, o número de vendas é mesmo irrisório.

No entanto, os jornais apesar de pouco lidos, acabam servindo de munição para os veículos eletrônicos (rádio, TV e internet). No rádio, os chamados “comunicadores populares” decodificam com seus critérios pessoais as notícias impressas para milhões de pessoas diariamente. Na TV pautam o jornalismo, as entrevistas e até os programas de auditório. E na internet servem para tudo, desde o abastecimento dos portais noticiosos até as infâmias e calúnias que campeiam pela rede. Reside ai a importância dos jornais, na potencialização do seu conteúdo realizada por outros veículos.

Invejo argentinos, franceses e ingleses. Não passam pela mesma privação informativa. Alem de disporem de jornais de melhor qualidade que os nossos, têm sempre à mão uma alternativa de leitura mais progressista. Refiro-me ao Página 12, na Argentina; ao Guardian, na Inglaterra e ao Le Monde e o Libération, na França. Que falta fazem por aqui jornais como esses.

Mas nem sempre foi assim. Antes do golpe de 64 podia-se ver nas bancas de algumas cidades brasileiras jornais alinhados com diferentes correntes político-partidárias, claro que majoritariamente conservadoras. Com algumas honrosas exceções como a Última Hora dirigida por Samuel Wainer. (...)
*Leia o artigo, na íntegra, Clicando Aqui

Um comentário:

ADELI SELL disse...

Que bom que os debates sérios sobre a mídia estejam aparecendo.
Teremos nova reunião de blogueiros no dia 28 de junho, às 18h30min, na sede do PT-POA, João Pessoa, 785
Adeli Sell
Presidente do PT-POA