30 setembro 2012

LULA: É HORA DE BUSCAR O VOTO DE CASA EM CASA



"(Serra) foi para o governo do estado, ficou três anos; se mandou para  tentar ser presidente. Levou uma chulada. (agora) ele deve estar desesperado; não tem mais idade; não tem... para ser presidente. Não  chega lá...Quer voltar agora para São Paulo como se São Paulo fosse um cabide de emprego. Ora, meu . Deus do céu, pede aposentadoria; a aposentadoria que é melhor. Requer uma pensão, qualquer coisa, mas não a prefeitura; (nesta última semana) peçam votos para Haddad de casa em casa, de igreja em igreja, de loja em loja; (ele vai governar para os pobres) Todo mundo precisa de prefeito. Agora, rico não precisa de prefeito nem de presidente, nem do governador. Quem precisa é o povo mais humilde, mais pobre; (cuidado com o golpismo) " a elite política brasileira não brinca em serviço. Eles não gostam de ouvir quando eu falo; ficam nervosos. Mas o fato é que em 2005, tentaram dar o golpe no meu governo. Tentaram, como tentaram,  e deram, no João Goulart; como tentaram, no Juscelino; e levaram o Getúlio (Vargas) à morte..." (Lula em comícios com Haddad e Marta, na zona leste, em São Paulo, neste sábado).
(Carta Maior; Domingo/30/09/2012)

29 setembro 2012

The Doors





*The Doors - Light My Fire (Live In Europe 1968)

Jurista está perplexo com o comportamento da mídia - assim como dos juízes do STF - no julgamento do chamado 'mensalão'


Dalmo Dallari: “Eu não sei se devido à pressão muito forte da imprensa ou por qualquer outro fator, o fato é que o próprio STF tem cometido equívocos, agido de maneira inadequada de forma a comprometer a sua própria autoridade”.  (...) “A imprensa, que vem exigindo a condenação, não o julgamento imparcial e bem fundamentado do processo, aplaudiu a extensão inconstitucional das competências do Supremo Tribunal e fez referências muito agressivas ao ministro Lewandowski – que, na realidade, era, no caso, o verdadeiro guardião da Constituição”.

Por Conceição Lemes*

Nessa quinta-feira 27, aconteceu a 29ª audiência da Ação Penal 470, o chamado mensalão. A cada semana de julgamento – foi-se a nona –, aumentam os questionamentos sobre os aspectos jurídicos, éticos e midiáticos do processo (leia AQUI e AQUI).

“Eu não sei se devido à pressão muito forte da imprensa ou por qualquer outro fator, o fato é que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF)  tem cometido equívocos, agido de maneira inadequada de forma a comprometer a sua própria autoridade”, alerta o jurista Dalmo de Abreu Dallari. “Muitas vezes ministros antecipam a veículos o que vão dizer no plenário.”

“Na semana passada, o jornal o Estado de S. Paulo noticiou com todas as letras o que Joaquim Barbosa iria dizer no seu voto naquele dia (leia AQUI e AQUI). E o ministro disse exatamente aquilo que o jornal havia antecipado. Isso foi um erro grave do ministro”, afirma Dallari. “O ministro não deve – jamais! — entregar o seu voto a alguém, seja  quem for, antes da sessão do tribunal, quando vai enunciá-lo em público.  É absolutamente inadmissível comunicar o voto antes, compromete a boa imagem do Judiciário, a imagem de independência e imparcialidade.”

“Muitas vezes a imprensa, querendo o sensacionalismo e se antecipar aos outros órgãos de comunicação, busca penetrar na intimidade do juiz”, observa Dallari. “Isso é contrário ao interesse público. Não tem nada a ver com a liberdade de imprensa. Isso eu chamaria de libertinagem de imprensa.”

Dalmo de Abreu Dallari é um dos mais renomados e respeitados juristas brasileiros. Professor emérito da Faculdade de Direito da USP, ele está perplexo com o comportamento da mídia assim como dos juízes do STF no julgamento da Ação Penal 470.

CLIQUE AQUI para ler a entrevista (via  sítio Viomundo*).

Campanha eleitoral 'esquenta' em Santiago/RS



Santiago/RS - O  Blog 'O Boqueirão' realizou (através de uma equipe especialmente contratada para isso) uma Enquete para verificar a tendência do voto dos santiaguenses para a eleição majoritária do próximo dia 07 de outubro. Foram entrevistados 1.300 eleitores, sendo 1.181 da zona urbana (centro e bairros)  e 119 do interior. As opiniões  dos eleitores foram coletadas nos dias 24, 25, 26 e 27/09. O resultado - que a seguir divulgamos - mostra um 'empate técnico' entre os candidatos  RUIVO (PP/DEM)  e BUENO (Unidade Popular - PT/PDT/PPL, com apoio do PSD). Em terceiro lugar, mas bem distante, aparece o candidato COGO (PMDB/PSDB/PTB).

A seguir, os números da Enquete:

Júlio RUIVO  (PP/DEM)-  38,8 % 
Antônio BUENO (PT/PDT/PPL) -  36,5 % 
Diniz COGO (PMDB/PSDB/PTB)-  14,9 % 
Indecisos  - 9,8 %

- Já a  'Enquete Virtual'  que  está sendo realizada pelo Blog mostra uma alteração significativa na liderança: até este momento (19,18h) o candidato Antônio BUENO aparece na frente, com 46% das intenções de voto, seguido por  Julio RUIVO, com 32% e Diniz COGO,  novamente em terceiro lugar, com 20%. (Até agora já registraram seu voto 216 internautas.  Ainda faltam dois (02) dias para o encerramento dessa Equete*).
***
*Obs.:  Estas Enquetes não se tratam de pesquisa eleitoral, descrita no Art. 33 da Lei nº 9.504/97, mas de mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, a qual não utiliza método científico para sua realização, dependendo, apenas, da participação espontânea dos interessados. (Artigo 21 da Resolução TSE 23.190/09).

-Postado às 19,21h  -  *Atualizada às 8,20 h do dia  29/09/2012.

28 setembro 2012

“Melhor projeto e militância levarão a Frente Popular para o 2º turno”, diz Villa




Comício da Virada!

Porto Alegre/RS - Palco de manifestações que fazem parte da história da cidade, o Largo Glênio Peres mais uma vez recebeu milhares de militantes e apoiadores da Frente Popular para o comício que marcou a contagem regressiva para Villa ser confirmado na próxima fase da eleição em Porto Alegre. “Faltam apenas nove dias para garantirmos a nossa presença no 2º turno e este grande ato está deflagrando a intensa mobilização que somente a militância da Frente Popular tem capacidade de trabalho, dedicação e coração para produzir”, convocou Villa, ao lado do candidato a vice, Coronel Bonete, dos ex-prefeitos Olívio Dutra e Raul Pont; do governador Tarso Genro, do senador Paulo Paim, da ministra Maria do Rosário, de candidatos à Câmara de Vereadores e de lideranças partidárias. “A eleição do Olívio, em 1988, abriu o caminho para a consolidação do projeto que hoje a presidenta Dilma lidera no país. Porto Alegre inspirou o Brasil”, apontou emocionado o governador Tarso Genro. 

Da cidade fantasia à cidade de verdade 

Villa pediu à militância que, nesta última semana, intensifique o corpo-a-corpo. "Com respeito aos adversários, expliquem aos amigos, colegas de trabalho, vizinhos e familiares as nossas propostas e o projeto que temos para fazer Porto Alegre se desenvolver, melhorando de verdade a vida dos cidadãos. A propaganda que Fortunati está apresentando na TV é irreal; seu governo passou oito anos paralisado e nos últimos dois meses transformou a cidade num canteiro de obras. Os porto-alegrenses sabem que o atual prefeito está maquiando os grandes problemas da capital, como a insegurança, a falta de creches, o caos no trânsito, o abandono das vilas e a precariedade na saúde e merecem uma cidade de verdade. Vamos fazer aqui o que Lula e Dilma fizeram pelo Brasil, governando para reduzir as desigualdades e melhorar a vida das pessoas com mais oportunidades em uma cidade mais segura, com mais educação, saúde, cultura e lazer”, afirmou Villa. 

Orçamento Participativo foi desfigurado 

Ex-prefeito de Porto Alegre, o deputado Raul Pont alertou para o processo de esvaziamento do Orçamento Participativo. “Nos 16 anos de Administração Popular, cerca de 16% do orçamento municipal era destinado às obras e serviços decididos pela população através do OP, mas hoje este valor é de 1%”, denunciou. Pont também criticou a omissão da prefeitura diante dos grandes empreendimentos que estão sendo realizados. “Quando os shoppings Praia de Belas e Barra foram construídos, negociamos com os empresários, que assumiram obras viárias, de urbanização, saneamento e reassentamento, beneficiando os moradores do entorno e o conjunto da cidade. Agora, na construção da Arena do Grêmio e na reforma do Beira-Rio, a prefeitura não exigiu estas contrapartidas. É isto que diferencia um governo do outro, ou seja, o compromisso verdadeiro com a população”, destacou Raul.

De virada é melhor

Para Paulo Paim, "bom é ganhar de virada". O senador ressaltou o vínculo entre o projeto implementado nos governos Lula, Dilma e Tarso e o programa apresentado por Villa. "Na última década, 40 milhões de brasileiros saíram da miséria absoluta e Villa vai para o 2º turno porque representa este avanço econômico e social em Porto Alegre", sustentou Paim.  

-Fonte: sítio do VillaPrefeito13  http://www.villaprefeito.com.br/

27 setembro 2012

Novo bate-boca marca a sessão mais tensa do julgamento


CartaCapital - Na sessão mais tensa do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do chamado “mensalão”, o ministro revisor Ricardo Lewandowski (foto) votou nesta quarta-feira 26 pela condenação dos ex-deputados Roberto Jefferson (PTB), delator do escândalo, José Borba (PMDB) e Romeu Queiroz (PTB) por corrupção passiva, absolvendo-os do crime de lavagem de dinheiro. O magistrado considerou não haver provas sobre a culpa de Emerson Palmieri, integrante da Executiva nacional do PTB, em todas as acusações, despertando uma série de conflitos com o relator do caso, Joaquim Barbosa.
Barbosa se disse afrontado pela afirmação do revisor de que não estava confiante sobre a culpa de Palmieri, demonstrada, segundo ele, em seu voto. “Nós, como ministros do STF, não podemos fazer vista grossa das situações”, disse. Os termos usados por Barbosa incomodaram os demais ministros. Lewandowski chegou a sugerir que o relator peça ao colegiado a retirada da figura do revisor das ações penais. O ministro Marco Aurélio saiu em defesa do revisor dizendo que ninguém faz vista grossa no STF. “Cuidado com suas palavras. Vamos respeitar os colegas. Agressividade não tem lugar nesse plenário”, disse. E pediu que o colega escolhesse bem suas afirmações. “Sou responsável pelas minhas palavras”, retrucou.
Barbosa considerou “heterodoxo” Lewandowski “ficar medindo tamanho do voto do relator para replicar do mesmo tamanho”, o que também indignou o revisor. Por fim, pediu que o colega distribua seus votos por escrito para que ele possa rebatê-lo quando necessário. Barbosa já havia feito o pedido mais cedo, alegando que a recusa em distribuir o voto prejudica a transparência do julgamento. O comentário provocou nova reação de Lewandowski: “Não será Vossa Excelência que dirá o que eu tenho o que fazer. Cumprirei meu dever. Por favor, não me dê conselho. Eu não divirjo pelo simples prazer de divergir”.
Jefferson condenado
Segundo o ministro revisor, ficou comprovado o acordo para o repasse de 20 milhões de reais do PT ao PTB para que o partido supostamente financiasse campanhas municipais em todo o Brasil em 2004. Do acordo, a legenda recebeu apenas cerca de 4 milhões, não contabilizados. “Os repasses ficaram na ilegalidade e o partido se valeu de mecanismos escusos como maletas repletas de dinheiro e saques por meio de terceiros, sem que jamais tenha ficado claro o real destinatário do numerário.” Lewandowski destacou que Jefferson confessou ter recebido 4 milhões de reais em espécie diretamente do publicitário Marcos Valério, em parcelas de 2,2 milhões e 1,8 milhões em 2004. “Nas duas oportunidades, Valério trouxe o dinheiro e as cédulas estavam envoltas em fitas do Banco do Brasil e do Banco Rural.”
Ao dizer que o dinheiro pode ter sido usado para financiamento de campanha, Lewandowski diverge de Barbosa e do Ministério Público Federal, para os quais houve compra de apoio político.

25 setembro 2012

Carta Aberta ao POVO BRASILEIRO: “Somos contra a transformação do julgamento em espetáculo”



CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

Desde o dia 02 de agosto o Supremo Tribunal Federal julga a ação penal 470, também conhecida como processo do mensalão. Parte da cobertura na mídia e até mesmo reações públicas que atribuem aos ministros o papel de heróis nos causam preocupação.

Somos contra a transformação do julgamento em espetáculo, sob o risco de se exigir – e alcançar – condenações por uma falsa e forçada exemplaridade.  Repudiamos o linchamento público e defendemos a presunção da inocência.

A defesa da legalidade é primordial. Nós, abaixo assinados, confiamos que os Senhores Ministros, membros do Supremo Tribunal Federal, saberão conduzir esse julgamento até o fim sob o crivo do contraditório e à luz suprema da Constituição.

Fernando Morais, jornalista e escritor
Hildegard Angel, jornalista
Luiz Carlos Barreto, produtor cinematográfico
Olgária Matos, filósofa, professora universitária Unifesp
 Abelardo Blanco, cientista politico, publicitário
Adilson Monteiro Alves, sociólogo
Adriano Pilatti, professor de direito PUC/RJ
Afonso Celso Lana Leite, professor universitário UFU
Alceu Valença, músico
Alcides Nogueira, escritor
Aldimar Assis, advogado
Altamiro Borges, jornalista
Amélia Cohn, socióloga, professora Faculdade de Medicina USP
Ana Carolina Lopes, fotógrafa
Ana Corbisier, pesquisadora
Ana Fonseca, economista, professora universitária
Ana Helena Tavares, jornalista
Ana Maria dos Santos, advogada
Ana Maria Freire, escritora
André Borges, escritor e poeta
André Klotzel, cineasta
André Medalha e Almada, designer
André Tokarski, presidente da UJS – União da Juventude Socialista
Antonio Abujamra, ator
Antonio Carlos Fon, jornalista
Antonio Celso Ferreira, historiador, professor Unesp/Assis
Antonio Gilson Brigagão, jornalista e diretor teatral
Antonio Grassi, ator
Antonio Ibañez Ruiz, educador, professor universitário UNB
Antonio Pitanga, ator
Armando Freitas Filho, poeta
Arnaldo Carrilho, servidor público aposentado
Artur Henrique, sindicalista, secretário relações internacionais da CUT para as Américas
Artur Scavone, jornalista
Aton Fon Filho, advogado
Beatriz Cintra Labaki, socióloga
Beilton Freire da Rocha, médico
Benedito Prezia , antropólogo e escritor
Bernadette Figueiredo, professora
Betinho Duarte, administrador de empresa
Bruno Barreto, cineasta
Carlos Azevedo, jornalista
Carlos Duarte, advogado
Carlos Eduardo Niemeyer – Fotógrafo
Carlos Enrique Ruiz Ferreira, professor, coordenador assuntos institucionais e internacionais da UEPB
Carlos Roberto Pittoli, advogado
Carlos Walter Porto-Gonçalves, geógrafo, professor universitario UFF
Carlota Boto, pedagoga e professora da FEUSP
Carolina Abreu
Ceci Juruá, economista
Cecilia Boal, psicanalista
Célio Turino, historiador, gestor cultural
Celso Frateschi, ator
Celso Horta, jornalista
Cenise Monte Vicente, psicóloga, ex-diretora do UNICEF/SP
Christina Iuppen, professora
Clara Charf, militante feminista
Claudio Adão, jogador de futebol
Claudio Kahns, cineasta
Cloves dos Santos Araújo, advogado, professor universitário UNEB
Consuelo de Castro, dramaturga
Cristiane Souza de Oliveira
Daniel Tendler, cineasta
David Farias, artista plástico, escultor e pintor
Dayse Souza, psicóloga
Débora Duboc, atriz
Derlei Catarina de Lucca, professora
Domingos Fernandes, jornalista
Drauzio Gonzaga, professor universitário UFRJ
Dulce Maia de Souza, ambientalista
Dulce Pandolfi, historiadora, pesquisadora CPDOC/FGV
Edmilson José Valentim dos Santos, engenheiro
Eduardo Ebendinger, ator
Edvaldo Antonio de Almeida, jornalista
Eide Barbosa, gestora de pessoas
Eleonora Rosset, psicanalista
Emiliano José, jornalista e escritor
Emir Sader, sociólogo, professor universitário UERJ
Eneida Cintra Labaki, historiadora
Ercílio Tranjan, publicitário
Eric Nepomuceno, jornalista e escritor
Ernesto Tzirulnik, advogado
Erotildes Medeiros, jornalista
Eugenio Staub, empresário
Fabio Dutra, estudante de direito USP
Fabio Roberto Gaspar, advogado
Felipe Lindoso, produtor cultural
Fernando Nogueira da Costa, economista, professor universitário Unicamp
Fernando Sá, cientista político
Fernando Soares Campos, servidor público
Fidel Samora B.P. Diniz, músico
Flora Gil, produtora cultural
Francis Bogossian, engenheiro, Academia Nacional de Educação e Academia Nacional de Engenharia
Gabriel Cohn, sociólogo, professor USP
Gabriel Landi Fazzio, estudante de direito USP
Gabriel Pereira Mendes Azevedo Borges, estudante de direito USP
Gabriel Priolli, jornalista
Gabriela Shizue S. de Araujo, advogada
Galeano Bertoncini, cirugião dentista
Gaudêncio Frigoto, educador, professor universitário UERJ
Gegê, vice-presidente nacional da CMP – Central de Movimentos Populares
Giane Alvares Ambrósio Alvares, advogada
Gilson Caroni, sociólogo, professor universitário Faculdades Integradas Hélio Alonso/RJ
Gisela Gorovitz, empresária e advogada
Glaucia Camargos, produtora de cinema
Gonzalo Vecina Neto,  médico sanitarista, professor da FSP/USP
Guilherme Silva Rossi, estudante de direito USP
Heloísa Fernandes, socióloga, professora USP e ENFF
Hugo Carvana, ator e cineasta
Humberto de Carvalho Motta, estudante universitário
Ícaro C. Martins, cineasta
Idacil Amarilho, administrador
Iná Camargo, professora universitária USP
Iolanda Toshie Ide, professora universitária aposentada Unesp/Marília
Isa Grispun Ferraz, cineasta
Ivan Seixas, presidente do Condepe – Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
Ivo Rosset, empresário
Ivone Macedo Arantes, arquiteta
Ivy Farias,  jornalista
Izabel de Sena, professora universitária, Sarah Lawrence College, NY
Izaias Almada, escritor
Jacy Afonso de Melo, secretário de organização da CUT Nacional
Jane Argollo, coordenadora de Ponto de Cultura
Jessie Jane Vieira, historiadora, professora da UFRJ
Jesus Chediak, jornalista
João Antonio de Moraes, sindicalista, coordenador geral da FUP – Federação Única dos Petroleiros
João Antonio Felício, sindicalista, secretário de relações internacinais da CUT
João Carlos Martins, pianista e maestro
João Feres, cientista político
João Jorge Rodrigues dos Santos, advogado e presidente do Grupo Olodum
João Lopes de Melo
João Paulo Possa Terra, estudante de direito USP
João Pedro Stédile, presidente nacional do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
João Quartim de Morais, cientista político, professor universitário Unicamp
Jorge Ferreira, empresário
Jorge Mautner, cantor e escritor
José Antonio Fernando Ferrari, antiquário
José Arrabal, professor, jornalista e escritor
José Carlos Asbeg, cineasta
José Carlos Henrique, arquiteto
José Carlos Tórtima, advogado
José Fernando Pinto da Costa, presidente do grupo educacional Uniesp
José Ibrahim, líder sindical
José Luiz Del Roio, escritor
José Marcelo, pastor batista
Josefhina Bacariça, educadora popular em Direitos Humanos
Julia Barreto, produtora cinematográfica
Julio Cesar Senra Barros, interlocutor social
Júlio Garcia - Bacharel em Direito,  Especialista em Direito do Estado, Servidor Público,  articulista, blogueiro
Jun Nakabayashi, cientista político
Juvandia Moreira, sindicalista, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Ladislau Dowbor, economista, professor universitário PUC/SP
Laio Correia Morais, estudante de direito USP
Laurindo Leal Filho, jornalista e sociólogo, professor universitário USP
Lauro Cesar Muniz, dramaturgo
Levi Bucalem Ferrari, escritor e professor de ciências políticas
Lia Ribeiro, jornalista
Lincoln Secco, historiador, professor universitário USP
Lorena Moroni Girão Barroso, servidora pública federal
Lucas Yanagizawa Paes de Almeida Nogueira Pinto, estudante de psicologia
Lucy Barreto, produtora cinematográfica
Luiz Carlos Bresser Pereira, economista, professor FGV
Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior, memorialista
Luiz Fenelon P. Barbosa, economista
Luiz Fernando Lobo, artista
Luiz Gonzaga Belluzzo, economista, professor universitário Unicamp
Luiz Pinguelli Rosa, professor da UFRJ
Maia Aguilera Franklin de Matos, estudante de direito USP
Maira Machado Frota Pinheiro, estudante de direito/USP
Malu Alves Ferreira, jornalista
Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, publicitário
Marcelo Carvalho Ferraz, arquiteto
Marcelo Santiago, cineasta
Marcílio de Freitas, professor da UFAM
Márcio Souza, escritor
Marcionila Fernandes, professora, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UEPB
Marco Albertim, jornalista
Marco Antonio Marques da Silva, desembargador
Marco Aurélio Belém Purini, estudante de direito USP
Marco Aurélio de Carvalho, advogado
Marco Piva, jornalista e empresário da área de comunicações
Marcos José de Oliveira Lima Filho, doutorando em Direito da UFPB
Marcus Robson Nascimento Costa
Maria Carmelita A. C. de Gusmão, professora
Maria das Dores Nascimento, advogada
Maria do Socorro Diogenes, professora
Maria Guadalupe Garcia, socióloga
Maria Izabel Calil Stamato, psicóloga, Universidade Católica de Santos
Maria José Silveira, escritora
Maria Luiza de Carvalho, aposentada
Maria Luiza Quaresma Tonelli, professora e advogada
Maria Victoria Benevides, socióloga, professora universitária USP
Mariano de Siqueira Neto, desembargador aposentado
Marilene Correa da Silva Freitas, professora da UFAM
Marília Cintra Labaki, secretária
Marília Guimarães, escritora, Comitê Internacional de intelectuais e artistas em defesa da humanidade
Mário Cordeiro de Carvalho Junior, professor da FAF/UERJ
Marlene Alves, professora, reitora da UEPB
Marly Zavar, coreógrafa
Marta Nehring, cineasta
Marta Rubia de Rezende, economista
Martha Alencar, cineasta
Maryse Farhi, economista, professora universitária
Matheus Toledo Ribas, estudante de direito USP
Michel Chebel Labaki Jr.
Michel Haradom, empresário, presidente da FERSOL
Mirian Duailibe, empresária e educadora
Ney de Mello Almada, desembargador  aposentado
Nilson Rodrigues, produtor cultural
Noeli Tejera Lisbôa, jornalista
Oscar Niemeyer, arquiteto
Otavio Augusto Oliveira de Moraes, estudante de economia PUC/SP
Otávio Facuri Sanches de Paiva, estudante de direito USP
Pablo Gentili, educador, professor universitário UERJ, FLACSO
Paula Barreto, produtora cinematográfica
Paulo Baccarin, procurador da Câmara Municipal de São Paulo
Paulo Betti, ator
Paulo Roberto Feldmann, professor universitário, USP, presidente da Sabra Consultores
Paulo Thiago, cineasta
Pedro Gabriel Lopes, estudante de direito USP
Pedro Igor Mantoan, estudante de direito USP
Pedro Rogério Moreira, jornalista
Pedro Viana Martinez, estudante de direito USP
Raul de Carvalho, pesquisador
Regina Novaes, socióloga/RJ
Regina Orsi, historiadora
Renato Afonso Gonçalves, advogado
Renato Tapajós, cineasta
René Louis de Carvalho, professor universitário UFRJ
Ricardo Gebrim, advogado
Ricardo Kotscho, jornalista
Ricardo Miranda, cineasta
Ricardo Musse, filósofo, professor USP
Ricardo Vilas, músico
Ricardo Zarattini Filho, engenheiro
Risomar Fassanaro, poetisa e jornalista
Roberto Gervitz, cineasta
Rodrigo Frateschi, advogado
Ronaldo Cramer, professor de direito PUC/RJ
Rose Nogueira, jornalista
Rubens Leão Rego, professor Unicamp
Sandra Magalhães, produtora cultural
Sebastião Velasco e Cruz, cientista político, professor universitário Unicamp
Sérgio  Ferreira, médico
Sergio Amadeu da Silveira, sociólogo e professor da UFABC
Sergio Caldieri, jornalista
Sérgio Mamberti, ator
Sergio Mileto, empresário, presidente da Alampyme – Associação Latino Americana de 
Pequenos Empresários
Sérgio Muniz, cineasta
Sérgio Nobre, sindicalista, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Sérgio Ricardo, cantor
Sérgio Vampre, advogado
Silvio Da Rin, cineasta
Tatiana Tiemi Akashi, estudante de direito USP
Teresinha Reis Pinto, biomédica e pedagoga Consultora UNESCO
Tereza Trautman, cineasta
Theotônio dos Santos, economista
Tizuka Yamasaki, cineasta
Tullo Vigevani, professor Unesp/Marília
Urariano Mota, escritor e jornalista
Vagner Freitas de Moraes, sindicalista, presidente nacional da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Valter Uzzo, advogado
Venicio Artur de Lima, jornalista e sociólogo
Vera Lúca Niemeyer
Vera Maria Chalmers, professora universitária Unicamp
Verônica Toste, professora universitária IESP/UERJ
Vitor Fernando Campos Leite, estudante de direito USP
Vitor Quarenta, estudante de direito Unesp/Franca
Vladimir Sacchetta, jornalista e produtor cultural
Wadih Damous, advogado/RJ
Walnice Nogueira Galvão, professora de literatura comparada USP
Walquikia Leão Rego, professora Unicamp
Zé de Abreu, ator

*Para apoiar, envie e-mail para: cartaabertaadesoes@gmail.com

'A militância tem força para fazer a virada'


Com a presença do Presidente Nacional do PT, Rui Falcão, candidatos  assinam  Carta Compromisso

Porto Alegre/RS - Candidatos do PT assinaram a Carta Compromisso com a Região Metropolitana, em ato nesta segunda-feira (24/9), no Chalé da Praça XV, no centro de Porto Alegre. O ato teve a presença do Presidente Nacional do PT Rui Falcão, do Presidente Estadual do partido Raul Pont, dos candidatos do PT da região metropolitana e lideranças petistas.



O documento reafirma o compromisso coletivo com políticas públicas para a região em áreas como combate a pobreza extrema, segurança pública, mobilidade, saúde, sustentabilidade, saúde entre outras. Os petistas reafirmam o seu compromisso com o desenvolvimento harmônico e integrado da região metropolitana, através de projetos e na busca conjunta de investimentos estaduais e federais. O presidente do PT gaúcho abriu o ato político destacando a importância do documento que pensa a região como um todo “num momento de campanha, elencando um conjunto de obrigações que podem ser cobradas depois da eleição”, destacou Raul Pont.



Já o presidente Nacional do PT fez previsões eleitorais. Rui Falcão acredita “que a militância petista, na reta final da campanha, tem força para mudar resultado de pesquisa eleitoral em diversos municípios ”. O presidente do PT Nacional destacou que o partido tem a convicção que o PT vai para o segundo turno com Adão Villaverde em Porto Alegre “e vamos ganhar estas eleições”,  discursou Rui Falcão arrancando aplausos dos militantes de Porto Alegre. Ainda segundo Rui Falcão, o PT vai surpreender mais uma vez aqueles que, incansavelmente, apostam numa derrota do partido:  "A tônica da maioria dos colunistas da imprensa, até duas semanas atrás, era dizer que o partido só liderava as intenções de voto em Goiânia. Só agora começa a haver um reconhecimento nacional do crescimento do PT", disse, citando capitais como Cuiabá, João Pessoa, Salvador, Rio Branco e Fortaleza, onde os candidatos do  partido vêm crescendo e  disputam as prefeituras com condições reais de vitória no próximo dia 7 de outubro.



O líder petista também elogiou o teor da Carta Compromisso salientando que o texto, “mostra o conhecimento dos candidatos do partido da região metropolitana com a realidade de seus municípios”. “E, mais,” reiterou o presidente Nacional do PT, “o compromisso com o documento é tão sério, que muitos candidatos largaram suas campanha, neste momento decisivo, para estarem aqui e reafirmar a importância de um planejamento integrado para o desenvolvimento da região”.

Estiveram presente no ato os candidatos a prefeito e vices, de Alvorada Professor Serginho; de Cachoeirinha vice Jorge Vidal; de Gravataí Daniel Bordignon; de Montenegro Heitor Lermen; de Porto Alegre Adão Villaverde; de Nova Santa Rita a Professora Margarete e de Viamão Robson de Souza, o presidente do PT da capital, vereador Adeli Sell, além de secretários de estado, deputados federais, estaduais e lideranças petistas.  À noite, o deputado federal e Presidente Nacional do PT participou de uma concorrida  plenária de mobilização do PT da capital, na sede do partido.

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da Carta Compromisso

Fotos 1 e 2:  Cerimônia de assinatura da Carta Compromisso (créditos: Tatiane Feldens)   
Foto 3:  Presidente do PT Nacional, Rui Falcão, intervindo na Plenária do PT/Porto Alegre (créditos: Júlio   Garcia)
Foto 4:  Deputado Rui Falcão  e este blogueiro  durante a plenária do PT/PoA (créditos: Luiz Muller)

 *Com o sítio do PT/RS   

Veja (mais uma vez) desmentida

 
O jurista Celso Antônio Bandeira de Mello desmentiu nota publicada na na edição 2.287 da revista Veja informando que ele estaria redigindo um manifesto criticando a atuação dos ministros do STF no julgamento do mensalão.

Leia a declaração de Celso Antônio Bandeira de Mello.

Uma notícia deslavadamente falsa publicada por um semanário intitulado “Veja” diz que eu estaria a redigir um manifesto criticando a atuação de Ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ação que a imprensa batizou de mensalão e sobremais que neste documento seria pedido que aquela Corte procedesse de modo “democrático”, “conduzido apenas de acordo com os autos” e “com respeito à presunção de inocência dos réus”. Não tomei conhecimento imediato da notícia, pois a recebi tardiamente, por informação que me foi transmitida, já que, como é compreensível, não leio publicações às quais não atribuo a menor credibilidade.

No caso, chega a ser disparatada a informação inverídica, pois não teria sentido concitar justamente os encarregados de afirmar a ordem jurídica do País, a respeitarem noções tão rudimentares que os estudantes de Direito, desde o início do Curso, já a conhecem, quais as de que “o mundo do juiz é o mundo dos autos” – e não o da Imprensa – e que é com base neles que se julga e que, ademais, em todo o mundo civilizado existe a “presunção de inocência dos réus”.

É esta a razão pela qual, sabidamente, indiciados não são apenados em função de meras conjecturas, de suposições ou de simples indícios, mas tão somente quando existirem provas certas de que procederam culposa ou dolosamente contra o Direito, conforme o caso. Pretender dizer isto em um manifesto aos Ministros do Supremo Tribunal Federal seria até mesmo desrespeitoso e atrevido, por implicar suposição de que eles ignoram o óbvio ou que são capazes de afrontar noções jurídicas comezinhas. Nenhum profissional do Direito experimentado, com muitos anos de profissão, cometeria tal dislate. É claro que isto pode passar desapercebido a um leigo ao preparar noticiário, mas não convém que fique sem um cabal desmentido, para que os leitores não sejam enganados em sua boa-fé.

*Via sítio Luis Nassif Online  www.advivo.com.br/blog/luisnassif

23 setembro 2012

Ofensiva política da burguesia




Por Wladimir Pomar*   

O Brasil parece estar atravessando um momento político especial. Há um esforço concentrado dos partidos de direita, de centro e mesmo de esquerda para impor uma derrota ao PT nas eleições municipais, todos já tendo em vista as eleições de 2014. Ao lado disso, ou mais provavelmente articulado a isso, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do chamado mensalão, viram-se na contingência de fazer vista grossa às leis vigentes no país, sobre as quais julgaram casos idênticos precedentes, e de substituí-las por uma jurisprudência corporativa própria.

O exemplo mais emblemático dessa quebra de procedimentos legais foi o julgamento de Luiz Gushiken, antigo dirigente do PT e ministro do primeiro governo Lula. Desde o início considerado inocente das acusações que lhe faziam, na CPI, na polícia e no Ministério Público, por alguma razão que a própria razão parece desconhecer, Luiz Gushiken foi arrolado pelo procurador e pelo relator. Assim, embora reconhecidamente inocente, foi julgado por todos os membros do tribunal, cujo único propósito parece ter sido dar à imprensa a dica para divulgar que ele foi julgado inocente por falta de provas. Na verdade, o correto seria dizer que todas as provas demonstraram sua inocência. O que, no mínimo, coloca a Procuradoria Geral da República, o STF e os órgãos de imprensa diante da possibilidade de um processo de retratação e ressarcimento por danos morais.

Independentemente de se considerar se há ou não réus culpados, fica cada vez mais evidente que esse julgamento não se pauta por parâmetros jurídicos, mas por parâmetros políticos. Ele não se dirige apenas a condenar tais réus. Procura suscitar, politicamente, não apenas a existência de uma organização criminosa incrustada no PT, mas a suposição de que o próprio PT pode ser tal tipo de organização. Não é por acaso que tal figura jurídica, inexistente na legislação brasileira sobre a qual esses réus estão sendo julgados, tenha sido reiterada verbalmente pelo procurador e por alguns juízes, e divulgada deliberadamente na imprensa.

Nessas condições, os petistas que supunham superada a época das lutas de classes, e consolidados os processos democráticos civilizados no país, talvez precisem rever suas ilusões. Eles se encontram em meio a um turbilhão de aspectos políticos de vulto que, mais uma vez, pretendem destruir esse partido, seja fazendo-o mudar sua natureza, seja minguando-o social e politicamente. Exemplos dessas tentativas, na atualidade, podem ser encontrados nos esforços da grande burguesia, apesar do fracasso da experiência neoliberal, em convencer o governo de que qualquer privatização é superior a qualquer intervenção estatal. É lógico que ela não quer que o governo feche os financiamentos estatais a ela. Mas, fora isso, não deseja que o Estado se meta em mais nada, pressionando o PT a aceitar essa situação como irrecorrível.

Além disso, a grande burguesia se empenha em monopolizar todos os projetos apresentados pelo governo. Com isso, na prática funciona como um freio e coloca em risco a redistribuição e renda, um dos programas chave do governo e do PT. Ela também se empenha em provar que o chamado Custo Brasil está associado principalmente ao custo dos salários, procurando desregulamentar a legislação trabalhista e aumentar as taxas de exploração da força de trabalho, procurando fazer com que o PT se volte contra sua própria origem.

Ao mesmo tempo, os representantes políticos da burguesia, não só os da oposição, se esforçam em demonstrar que os problemas relacionados com a infraestrutura e com o fenômeno da desindustrialização resultam da lerdeza e ineficiência dos governos Lula e Dilma, e não da quebradeira provocada pelos governos neoliberais, em especial do período FHC. E, a rigor, os representantes políticos da burguesia, fora e dentro do governo, atuam ideológica e politicamente contra qualquer medida democrática e popular proposta pelo governo, enquanto a grande mídia opera, abertamente, como agência escrachada de propaganda marrom, seguindo à risca a hipocrisia de Demóstenes Torres.

Portanto, a pressão para o PT mudar de caráter, ou simplesmente ser destruído, continua na pauta da burguesia brasileira e aumentou de intensidade. A dificuldade da burguesia consiste em que continua politicamente dividida por não possuir um projeto alternativo comum de desenvolvimento capitalista. A grande burguesia das corporações nacionais e estrangeiras pretende manter seu oligopólio sobre a economia, para impor preços administrados e obter alta lucratividade. Isto, por sua própria natureza, é impedimento ao crescimento dos demais setores burgueses, que pretendem um desenvolvimento que atenda também seus interesses de lucratividade e baixo risco.

Embora estes setores não queiram, ou temam, romper com os setores oligopólicos, essa divisão abre chances para que os trabalhadores e os setores populares e democráticos da sociedade brasileira implantem um projeto de desenvolvimento econômico e social que, embora ainda sob a égide capitalista, expanda os médios e pequenos empresários industriais, comerciais e de serviços, imponha a concorrência aos setores oligopolistas, reforce o setor estatal da economia e, mais do que tudo, gere milhões de empregos para recompor a força social da classe trabalhadora.

Porém, para isso, não basta que a esquerda no governo prepare e procure implantar projetos de desenvolvimento. É fundamental que os discuta com todas as forças populares e democráticas, de modo a criar um apoio social consistente para esse embate crescente.

*Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Fonte: Correio da Cidadania  http://www.correiocidadania.com.br

Los Hermanos




*'Todo carnaval tem seu fim'  - Los Hermanos

22 setembro 2012

Poema



Marília de Dirceu

Lira IV

Já, já me vai, Marília, branquejando
Louro cabelo, que circula a testa;
Este mesmo, que alveja, vai caindo
E pouco já me resta.

As faces vão perdendo as vivas cores,
E vão-se sobre os ossos enrugando,
Vai fugindo a viveza dos meus olhos;
Tudo se vai mudando.

Se quero levantar-me, as costas vergam;
As forças dos meus membros já se gastam,
Se vou andar pela  casa uns curtos passos,
Pesam-me os pés, e arrastam.

Se algum dia me vires desta sorte,
Vê que assim me não pôs a mão dos anos:
Os trabalhos, Marília, os sentimentos,
Fazem os mesmos danos.

Mal te ver, me dará em poucos dias
A minha mocidade o doce gosto;
Verás burnir-se a pele, o corpo encher-se,
Voltar a cor ao rosto.

No calmoso Verão as plantas secam;
Na Primavera, que aos mortais encanta,
Apenas cai do Céu o fresco orvalho,
Verdeja logo a planta.

A doença definha a quem padece;
Mas logo que a doença faz seu termo,
Torna, Marília, a ser quem era dantes,
O definhado enfermo.

Supõe-me qual doente, ou mal a planta,
No meio da desgraça, que me altera;
Eu também te suponho qual saúde,
Ou qual a Primavera.

Se dão esses teus meigos, vivos olhos
Aos mesmos Astros luz, e vida às flores,
Que efeitos não farão, em quem por eles
Sempre morreu de amores?

                    Tomaz Antônio Gonzaga