12 março 2015

‘Não aceitaremos um golpe’, diz Stédile na praça que sediou Campanha da Legalidade (em Porto Alegre)

João Pedro Stédile: Não aceitaremos um golpe. Então se preparem, engraxem as chuteiras que o jogo está só começando. A luta de classes está se agudizando no Brasil”.  Foto: (Robinson Estrásulas)
João Pedro Stédile, no ato em Porto Alegre: Não aceitaremos um golpe. Então se preparem, engraxem as chuteiras que o jogo está só começando. A luta de classes está se agudizando no Brasil”. Foto: (Robinson Estrásulas)
“Eles perderam nas urnas e não se deram por vencidos. Controlam o Congresso, o Judiciário e a mídia. Perderam na democracia e agora, insuflados por uma mídia hipócrita e vendida, querem dar um golpe na democracia”.
Por Marco Weissheimer, no Sul21*
“Esse ato de hoje tem um simbolismo muito importante, pois essa praça é histórica para o povo gaúcho e brasileiro. Nesta praça já se decidiram os rumos deste país. Em 1961, a burguesia brasileira quis dar um golpe e, nesta praça, Brizola iniciou a Campanha da Legalidade e garantiu a posse de Jango. Depois, em 64 eles conseguiram dar o golpe. Não aceitaremos um golpe. Então se preparem, engraxem as chuteiras que o jogo está só começando. A luta de classes está se agudizando no Brasil”. A fala de João Pedro Stédile, em tom de advertência e convocação, encerrou o ato em defesa da Petrobras, da democracia e dos direitos, realizado nesta quinta-feira (12), em Porto Alegre. O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) falou para um público de mais de 6 mil pessoas, em frente ao Palácio Piratini, na Praça da Matriz, lugar de onde o ex-governador Leonel Brizola liderou a resistência contra as primeiras tentativas de um golpe militar, na década de 1960.
“Se a burguesia quiser dar um golpe de novo, nós vamos ocupar e acampar nesta praça, e preparar uma marcha para enfrentar os golpistas em Brasília”, acrescentou Stédile, que diagnosticou uma radicalização da luta política no país, que exigirá, segundo ele, que os trabalhadores do campo e da cidade se mobilizem em todo o país. “Se preparem, pois essa jornada está só começando. Nós vamos voltar às ruas, pois esse campeonato está só no início”. O líder do MST criticou os setores que perderam as eleições presidenciais em 2014 e que agora estão defendendo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Eles perderam nas urnas e não se deram por vencidos. Controlam o Congresso, o Judiciário e a mídia. Perderam na democracia e agora, insuflados por uma mídia hipócrita e vendida, querem dar um golpe na democracia”.
A manifestação ocorreu em clima pacífico no centro da capital. Após a concentração no Largo Glênio Peres, que iniciou por volta das 10 horas, os militantes fizeram uma marcha até a Praça da Matriz. (Foto: Robinson Estrásulas)
A manifestação ocorreu em clima pacífico no centro da capital. Após a concentração no Largo Glênio Peres, que iniciou por volta das 10 horas, os militantes fizeram uma marcha até a Praça da Matriz. (Foto: Robinson Estrásulas)
“Quem planta pepino, não colhe melancia, só colhe pepino”
Ao falar sobre o papel desempenhado pela mídia hoje na vida política do país, Stédile criticou a atuação dos governos petistas neste tema. “Os governos Lula e Dilma encheram os cofres da Globo e da Veja de dinheiro e hoje colhem o que plantaram. Quem planta pepino, não colhe melancia, só colhe pepino. Nós aprendemos isso lá na roça”. Ele também dirigiu críticas ao início do segundo governo de Dilma Rousseff e cobrou o cumprimento dos compromissos assumidos na campanha eleitoral de 2014. “Dilma precisa retomar o programa de outubro. O governo foi eleito para dar garantia ao trabalho, não aos bancos. Espero que a companheira Dilma tenha a coragem do velho Brizola. Os problemas da democracia brasileira não se resolverão retirando direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Stédile defendeu a punição de todos os envolvidos em corrupção e assinalou que esse é um problema com o qual o Brasil convive “desde que o primeiro capitalista europeu colocou os pés aqui”. “A corrupção é um elemento endêmico do governo das elites brasileiras há 500 anos. A democracia no Brasil foi sequestrada pelo capital e a solução para esse problema é uma Reforma Política que mude o atual sistema político”. Para ele, essa reforma só é possível com uma grande mobilização nas ruas que garanta a realização de um plebiscito para aprovar uma Assembleia Constituinte. “Essa é a única saída democrática e sustentável para o nosso povo” (...)
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