30 junho 2016

"Janaína Paschoal não é apenas desequilibrada e reacionária. Ela é também inepta" (DCM)



O tempo deixou clara a brutal incompetência de Janaína como jurista

Por Paulo Nogueira*
Janaína Paschoal não é apenas desequilibrada e reacionária. Ela é também inepta.
A peça de acusação contra Dilma, centrada nas chamadas pedaladas, se revelou uma portentosa miséria. O PSDB poderia pedir de volta os 45 mil reais que pagou a ela.
Sequer golpistas levam agora a sério o trabalho de Janaína. Isso ficou especialmente claro quando a senadora Rose de Freitas, líder do governo Temer no Congresso, negou as pedaladas atribuídas a Dilma.
Antes dela, o ministro Gilmar Mendes, o conhecido Toga Falante, dissera uma coisa parecida numa viagem à Suécia. Um estudo do Senado desmentiu também as pedaladas. Diante das novas circunstâncias, um juiz do TCU que falava horrores das alegadas pedaladas de Dilma voltou atrás e agora diz que elas não são importantes.
Vê-se agora que o PSDB aceitou qualquer coisa para iniciar o processo de impeachment. Não houve sequer o cuidado de preservar as aparências. A intenção de lesar a democracia era a única motivação dos golpistas.
Não fosse isso, alguém entre os tucanos teria verificado o conteúdo do projeto apresentado por Janaína e devolvido. Faça algo melhor, teriam dito a ela.
A peça de Janaína simboliza a esculhambação generalizada que é o golpe de 2016. Nem as aparências foram preservadas.
O golpe é, a esta altura, uma piada.
Até as marchas “contra a corrupção” não resistem a um olhar retrospectivo. Corruptos que participaram das manifestações acabaram presos em quantidade copiosa por roubalheiras variadas.
Políticos que apoiaram ostensivamente os protestos estão enredados até o pescoço na Lava Jato. O exemplo mais vistoso é o de Aécio Neves. Quem não se lembra dos vídeos convocatórios que ele gravou antes que viessem à luz, pelos delatores, seus esquemas?
Num caso recente, um picareta que fraudou a Lei Rouanet para lucrar com casamentos era um implacável militante anticorrupção que clamava nas redes sociais a morte de Lula, o “Nove Dedos”.
O projeto de Janaína, repito, simboliza a palhaçada. A única coisa que rivaliza com ele é a sessão da Câmara que admitiu o impeachment, sob o comando de Eduardo Cunha.
Cunha, em si, é outro elemento cômico na trama. Jamais serão esquecidas suas declarações de inocência mesmo diante de provas esmagadoras. Era como se ele estivesse gritando indignado aos brasileiros: “Vocês vão acreditar nos suíços ou em mim?”
Mas a pedra fundamental do golpe paraguaio é mesmo o parecer de Janaína. Ela pretendeu incriminar Dilma, mas acabou atirando contra si própria. Hoje, é vista como uma jurista incompetente — e careira. Dificilmente alguém lhe encomendará um novo trabalho por 45 mil reais.
*Jornalista, editor do DCM

29 junho 2016

"Tentam criminalizar, mas PT segue vivo e atuante" (Rui Falcão)



Por Rui Falcão*
Violações sucessivas a direitos fundamentais, investigações direcionadas, vazamentos seletivos, acusações e condenações sem provas, frequentes nos últimos meses, configuram a gênese de um estado de exceção dentro do Estado Democrático de Direito. 

Há quem diga até que o conluio entre setores do aparelho de Estado com o grande capital e a mídia monopolizada, responsável pelo golpe contra a presidenta eleita, inverteu a relação: vivemos quase sob um estado de exceção que abriga fragmentos do antigo estado democrático.

Após a clamorosa condução coercitiva do ex-presidente Lula, a qual mereceu reprovação mundial e indignação generalizada, o PT voltou a ser atacado, a confirmar a intenção indisfarçável de nos criminalizar e proscrever.

Em sequência à illegal busca e apreensão no apartamento da senadora Gleisi Hoffmann e a prisões de militantes petistas, a sede nacional do partido, em São Paulo, foi tomada de assalto, a pretexto de obter documentos facilmente disponíveis. O objetivo era produzir imagens negativas, justamente quando políticos e empresários de outros partidos eram acusados de grossa corrupção.

Eis como companheiros do Diálogo de Ação Petista descreveram a operação: “Às seis horas da manhã, numa ação de comando, homens fortemente armados em traje de combate camuflado, junto com a infalível Rede Globo, chegaram, entraram e bloquearam a entrada da sede do PT ao longo de 8 horas. As imagens foram, depois, expostas e repetidas à exaustão pelas várias mídias. O objetivo das ações é criminalizar o PT e intimidar a sua militância pelo país afora, atemorizando as organizações populares em geral, no momento em que o governo golpista multiplica ataques aos direitos sociais e garantias nacionais duramente conquistados”.

Diretórios e militantes partidários, entidades do movimento social expressaram seu repúdio e manifestaram solidariedade fraternal ao PT. O que nos anima a prosseguir na luta contra o golpe, em defesa da democracia e na preservação do nosso partido, que, apesar das sucessivas tentativas da classe dominante nestes 36 anos, continuará vivo e atuante em defesa do nosso projeto de sociedade.
*Rui Falcão é presidente nacional do PT.
Fonte: http://www.pt.org.br/

28 junho 2016

O que Cunha foi falar com Temer no Jaburu?



'A resposta mais provável: cobrar a fatura'

Por Paulo Nogueira*
O que Cunha foi falar com Temer no Jaburu?
Está claro o poder do primeiro sobre o segundo, ou este não teria recebido um visitante tão comprometido com roubalheiras num momento de tamanha dramaticidade.
Vem à lembrança, imediatamente, a frase já antológica do delator Sérgio Machado: “Temer é Cunha”.
Repare na ordem. A precedência é de Cunha. Não é “Cunha é Temer”. É “Temer é Cunha”. Há uma subordinação explícita aí.
É péssimo para Temer receber Cunha, ainda mais na clandestinidade. É um encontro que não estava na agenda, e que vazou. É um embaraço tão grande que Cunha negou, mas o Planalto foi forçado a admitir, ou seria apanhado em flagrante mentira.
Jogar baralho é que eles não fizeram. Tampouco devem ter conversado sobre o Brexit ou quaisquer outras questões internacionais. É difícil imaginar que tenham trocado confidências sobre seus casamentos, Temer com Marcela, Cunha com Claudia.
Fatalmente o tema foi a perspectiva de Cunha de ser preso. Podemos todos imaginar o que Cunha conhece de Temer.
Eles têm histórias juntos. O grupo Libra, que opera a logística no Porto de Santos, é um dos elos comuns. O Libra doou recursos para a campanha de Temer. E colocou 591 mil reais na conta de Claudia Cruz.
O Libra não poderia atuar em Santos, dada sua dívida com a União. Mas atua. Mexa nesta história e você encontrará as mãos dadas de Temer e Cunha, como se fossem namorados.
O prontuário de Cunha sugere que ele foi a Temer fazer o mesmo que os senadores comprados com cargos e vantagens estão fazendo: cobrar a fatura.
É simplesmente impossível imaginar que Cunha vá aceitar apodrecer na cadeia depois de ter minado Dilma no Congresso ao bloquear suas medidas e depois comandar seu impeachment.
Temer vai ter que se mexer para socorrer o amigo em apuros, ou histórias horripilantes virão a público. Pense o que passa pela cabeça de Cunha: fomos parceiros, bróders, camaradas, e agora você está no Planalto e eu à beira da gaiola. É justo?
A questão é se Temer tem força para salvar de alguma forma Cunha.
Se não tiver, o que é o mais provável, é bom se preparar para uma tornozeleira, na melhor das hipóteses.
*Jornalista, Editor do DCM, fonte desta postagem

25 junho 2016

A democratização do Judiciário: o momento para uma discussão racional


O plenário do STF: a Justiça precisa ser democratizada

A inércia do Judiciário diante de retrocessos institucionais deveria ensejar uma discussão sobre o poder

Por André Augusto Salvador Bezerra*
O atual momento do país evidencia a insuficiência da vigência, sem efetiva aplicação, de uma Constituição como a de 1988. A previsão de amplos direitos oriundos da mobilização social que acompanhou os trabalhos da Assembleia Constituinte não tem impedido retrocessos autoritários.
Judiciário, que poderia exercer papel protagonista na defesa da democracia e dos direitos humanos, não tem, de modo geral, conseguido impedir os retrocessos. Tal Poder nega-se, constantemente, por exemplo, ao diálogo com os movimentos sociais; por sua vez, age decisivamente no crescimento do Estado policial, lotando, via decreto de prisões, o sistema carcerário brasileiro.
Cabe, assim, investigar os fundamentos pelos quais a leitura predominante das normas jurídicas em vigor, pela atividade jurisdicional, tem favorecido o uso repressivo dos direitos, em vez de privilegiar seus fins emancipatórios pela igualdade e liberdade. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo (via Carta Capital)

*André Augusto Salvador Bezerra é mestre e doutorando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e outras legitimidades da Universidade de São Paulo (USP). Presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia (AJD). 

A justiça promove o Estado Policial ao blindar a PF




Por Fernando Brito, no Tijolaço*

Marcelo Auler, em seu blog, ataca de frente um tema que, infelizmente, está se tornando tabu no Brasil.
O de “criminalizar” qualquer crítica ao excesso e ao arbítrio da Polícia e da Justiça em defesa da impunidade.
O processo começou lá atrás, em nome da “violência urbana”.
O uso de armamento pesado – absolutamente justificável em situações que o exijam, mas apenas nelas – banalizou-se e passou a ter o sentido de exibição de força e, pior, de razões incontestáveis e incriticáveis.
A exibição de “marines” fortemente armados à porta da sede do PT, para cumprir um mandado de busca que poderia ter sido feito apenas com um “bom dia, temos aqui um mandado para recolher isso, isso e aquilo” é apenas a transposição para o mundo da política do que já é feito, sem pudores, com o famoso “pé na porta” das comunidades pobres.
Poucos foram os que não se calaram diante disso e o que era “privilégio” das polícias estaduais, sem contaminar a elite do sistema policial brasileiro, a Polícia Federal, acabou por atingi-la.
E contaminá-la.
Infelizmente, um processo que atinge também parte do Judiciário e do Ministério Público.
Tornou-se praxe fazer pela força o mesmo que se poderia fazer pela simples ordem.
É preciso humilhar e expor as pessoas pela prisão ou condução coercitiva.
A estratégia político-midiática de construir “heróis”  parece ter sido a forma mais eficiente de blindar os vilões.
O “Japonês da Federal”, condenado, “tornozelado” e ainda badalando como “subcelebridade” é o maior exemplo desta tragédia que repugna a qualquer pessoa com o sentido de Justiça.
Não deixe de ler o post de Auler.
E ver, espantado, ao tipo de “bravataria” a que se presta o próprio Procurador Geral da República.
*Blog Tijolaço  - http://www.tijolaco.com.br/

23 junho 2016

Espalhafato 2: Polícia Federal vira instrumento de marketing político


O que a Polícia Federal esperava encontrar de resistência à busca e apreensão da sede do PT em São Paulo?
Brigadas bolivarianas armadas, prontas a resistir?
O que fazem aqueles “fuzileiros” na porta, posando para fotos junto do toldo com a marca do partido, onde não há viv’alma, como não deveria haver viv’alma num escritório às seis da manhã?
Não deu para convocar especialmente o “Japonês” para vir, com sua tornozeleira, montar guarda ali na porta?
É assim que a Polícia Federal quer ser vista como uma instituição qualificada e eficiente, quando se porta como uma tropa de choque?
Qualquer que seja a razão da operação na sede petista – como seria na de qualquer partido – não há nenhuma razão para transformá-la num cenário de guerra.
Nenhuma razão, senão a de produzir material para transformar investigação em linchamento político.
Foi nisso que deu a “autonomia” – não de investigação, mas de comportamento – dada nos longos anos de comportamento leniente com que se tratou, episódio após episódio, a marquetagem com a PF.
Numa pataquada.
Não sou e nunca fui petista. Mas quando se faz isso com os partidos políticos, faz-se com a democracia.
*Editor do Blog Tijolaço

Mais uma ação desnecessária e midiática contra o PT


AÇÃO DA PF

PT afirma que sempre esteve à disposição das autoridades e que nada tem a esconder

Para diretório nacional, ação de busca e apreensão feita na sede do partido foi “desnecessária e midiática”. Legenda pede que petistas acusados tenham direito à ampla defesa e presunção da inocência
por Hylda Cavalcanti, da RBA* 
ROVENA ROSA/ABR/FOTOS PÚBLICAS
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Grupo protestou em frente à sede do partido contra governo interino de Michel Temer

Brasília – O PT divulgou na tarde de hoje (23) nota sobre a Operação Custo Brasil, deflagrada pela Polícia Federal. A ação, que consiste em um dos desdobramentos da Lava Jato, teve como destaques a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, que foi titular das pastas de Planejamento e Comunicações nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e na condução coercitiva do ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas, para tomada de depoimentos, além de busca e apreensão de documentos na sede do partido, em São Paulo. No documento, a legenda afirma que sempre esteve à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos e que nada tem a esconder.
O PT também condena a forma como foi realizada a ação e define a busca e apreensão de documentos realizada na sede nacional da legenda como “desnecessária e midiática”. Em relação aos integrantes do partido conduzidos pela PF, o diretório nacional petista ainda afirma que “a respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência”.
A nota transmite o sentimento expressado nesta quinta-feira por muitos parlamentares petistas que comentaram o caso na Câmara dos Deputados e no Senado. Para um dos mais enfáticos, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a prisão de Paulo Bernardo consistiu em uma forma de tentar constranger um ex-ministro do governo anterior. De acordo com o senador, a iniciativa está sendo vista pelos parlamentares como uma maneira encontrada pelo governo interino de fazer nova "espetacularização" nas ações da Polícia Federal para tirar o foco das denúncias contra peemedebistas.
“Enganam-se os que acham que o episódio vai enfraquecer os trabalhos da comissão do impeachment, pois cada vez mais tem sido comprovada a ausência de crime por parte da presidenta Dilma Rousseff. E não serão esses tipos de ataque que vão constranger e atrapalhar a atuação dos petistas na defesa da presidenta”, disse Lindbergh.

Empresa de tecnologia

No total, foram expedidos 65 mandados judiciais entre prisões, tomadas de depoimentos e buscas e apreensões de documentos no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco, na madrugada de hoje. A ação apura pagamento de propina para funcionários públicos e agentes políticos do Ministério do Planejamento entre 2010 e 2015, em esquema que envolvia contratos do Executivo com uma empresa de tecnologia, a Consist.
A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo afirmou que o Ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de cooperação técnica com a referida empresa e que a questão nem sequer precisou passar pela aprovação do ministro, uma vez que o assunto foi totalmente tratado pela área de Recursos Humanos do ministério. A prisão de Bernardo também foi considerada ilegal pelos seus advogados, que argumentam não existir, no caso, o preenchimento de requisitos legais que a justifiquem.
Já o ex-ministro Carlos Gabas disse que nada tem a ver com a questão e pretende esclarecer tudo. De acordo com Gabas, durante a sua gestão na pasta, o Ministério da Previdência não teve qualquer ligação com a empresa citada na operação.
Conforme a denúncia em apuração, a Consist teria pago propinas após vencer uma licitação para prestar serviços de informática no âmbito de acordo  entre o Ministério do Planejamento, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (Sinapp) para gestão de margem consignável em folha de pagamento dos servidores públicos federais.
O entendimento dos petistas é de que, sempre que surgem novos fatos envolvendo peemedebistas e integrantes de outros partidos como o PSDB e o PSB (citados nos últimos dias em denúncias e fatos tidos como comprometedores, inclusive o presidente da República em exercício, Michel Temer), coincidentemente e de forma estranha, é realizada alguma operação envolvendo nomes do PT, em iniciativas que são apontadas como "seletivas e espetacularizadas".
 Leia a nota na íntegra:
“Nota Oficial do PT
O Partido dos Trabalhadores condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional de São Paulo. 
Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT.
A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência.
O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.
São Paulo, 23 de junho de 2016.
Comissão Executiva Nacional do PT”
*Via http://www.redebrasilatual.com.br/

22 junho 2016

História: Tragédia e Farsa...




* " (...) Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos."  (...) Karl Marx, in O 18 Brumário de Luis Bonaparte

21 junho 2016

Bolsonaro é réu no STF por incitação ao estupro e 'apela humildemente' aos ministros para que não o condenem*




O deputado agora é réu no STF por ter afirmado que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela não merecia. Em comentário à decisão, o deputado tão valente e desafiador, falou mansinho e apelou aos ministros para que não o condenem.

Finalmente o deputado, autor de tantas infâmias na Congresso, vai ser processado por uma delas - e ainda há outras na fila, como a que pede sua condenação pelo elogio ao torturador Ustra no dia da votação do impeachment.

O ministro Luiz Fux, relator do processo, definiu bem o alcance das palavras do deputado:
“Cuida-se de expressão que não apenas menospreza a dignidade da mulher, como atribui às vítimas o merecimento dos sofrimentos. Percebe-se na postura externada pelo acusado desprezo quanto às graves consequências para a construção da subjetividade feminina, decorrente do estupro e aos desdobramentos dramáticos desta profunda violência”, disse Fux.

A decisão foi da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e queixa-crime da deputada Maria do Rosário (PT-RS) contra Bolsonaro por incitação ao crime de estupro.

Com a decisão, Bolsonaro passa à condição de réu. [Fonte: Agência Brasil]
Durante entrevista para comentar a decisão do Supremo, o deputado fez um apelo aos ministros da Corte. “Eu apelo humildemente aos ministros dos STF que votaram para abrir o processo para não me condenar, que reflitam sobre esse caso, não só a questão da imunidade aqui [no Congresso], bem como onde eu estou”, disse. “A partir de agora, nossa imunidade material não seria mais absoluta. Foi uma briga que aconteceu em 2003 nesse Salão Verde e chegou a esse ponto.” [Fonte: Agência Brasil]

*Via Blog do Mello

19 junho 2016

GALERIA DOS HIPÓCRITAS: Doações eleitorais de Michel Temer ajudam a traçar um perfil do presidente interino; todos os caminhos levam ao Rio Grande do Sul e ao porto de Santos


Beneficiados e beneficiários: em sentido horário, Fátima Pelaes, Cunha, Helder Barbalho e a mãe, Dárcisio Perondi, Edinho Araújo e Eliseu Padilha

Da Redação do Viomundo, com Garganta Profunda*

(...) Assim como Eduardo Cunha, Michel Temer tem sua própria bancada na Câmara dos Deputados. É menor, certamente. Mas não menos dedicada a defender seu líder.
Dentre os admiradores mais ferrenhos do presidente interino está o deputado federal gaúcho Darcísio Perondi.
Em 2014, o então vice-presidente estourou o limite de doações eleitorais (10% da renda declarada no ano anterior) ao dar dinheiro diretamente a dois deputados, ambos gaúchos: Darcísio Perondi e Alceu Moreira.
Temer teve os direitos políticos cassados pelo TRE-SP e está recorrendo.
Como a Galeria dos Hipócritas revelou no último 26 de maio, um dos deputados, Alceu Moreira, está enrolado em denúncias de corrupção.
O apelido dele em sua região de origem é Tico Butico.
Quando Alceu Moreira era presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, foi flagrado em escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça numa operação da Polícia Federal que investigava um esquema de corrupção envolvendo obras públicas. O esquema começou com o desvio de dinheiro da merenda escolar em Canoas, no Rio Grande do Sul.
A certa altura, quando tratava da liberação de verbas para a conclusão de uma estrada de seu interesse, Alceu Moreira disse ao interlocutor Marco Antonio Camino, da Mac Engenharia, que tocava a obra: “Tem que chover na minha horta, neguinho”.
Alceu Moreira é apadrinhado de Eliseu Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil do governo interino de Michel Temer.
Padilha também teve diálogos gravados pela PF quando conversava com o mesmo empreiteiro, na mesma operação.
O hoje ministro da Casa Civil de Temer aparentemente tratava de direcionar a licitação para a construção de uma barragem no Rio Grande do Sul.
A construção da barragem fazia parte de um pacote de combate à seca no Sul patrocinado por emendas do próprio Padilha. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (no Viomundo*) 

"FORA, TEMER"!




*Charge do KAYSER  - 'Vozes'

(Clique na charge p/ampliar)

18 junho 2016

Exclusivo: Cafezinho entrevista Gilmar Mendes na Suécia!



O blog O Cafezinho contratou o jornalista Wellington Calasans, radicado na Suécia há muitos anos, para acompanhar Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do TSE, em evento realizado em Estocolmo, Suécia.
A presença de Gilmar, como tem ocorrido com todas as lideranças do golpe no Brasil, não recebeu divulgação nenhuma, nem no Brasil nem na Suécia, possivelmente com medo da realização de protestos contra o golpe.
Acostumado a ambientes blindados pela mídia brasileira, com repórteres da Globo lhe fazendo perguntas "bonitinhas", Mendes desta vez saiu da zona de conforto.
O evento, que era fechado, se chamava "A situação política do Brasil e as instituições" e realizou-se na Universidade de Estocolmo.
Durante o evento, Calasans pode fazer, em inglês, algumas perguntas incômodas a Gilmar Mendes, que o deixaram, segundo nosso repórter, bastante constrangido.
Calasans perguntou, por exemplo, porque Dilma estaria sendo derrubada por manobras orçamentárias rotineiras na administração pública, feita por quase todos os governadores e presidentes anteriores, e se isso não poderia provocar instabilidade no país, fragilizando a nossa democracia. Mendes respondeu (em péssimo inglês) que o processo contra Dilma era mais "político" que "jurídico", sem conseguir esconder a fragilidade jurídica das acusações contra a presidenta.
Terminado o evento, Calasans teve a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva, dessa vez em português, com o ministro, repetindo as perguntas que há havia feito em inglês.
Observe como Gilmar, na primeira pergunta, se enrola todo ao responder sobre os riscos sistêmicos à democracia provocados por um impeachment sem crime de responsabilidade. Afinal, se não é preciso apontar um crime, qualquer governador ou prefeito pode ser derrubado em caso de perda de apoio político parlamentar.
O golpe nos transformou - violando a Constituição - num regime parlamentarista!
A resposta de Gilmar é uma barbaridade, digna de figurar com destaque nos anais do golpe de Estado de 2016.
Ele diz que "o processo é político, se ela tivesse cometido crime, se ficasse flagrantemente provado, que ela tivesse cometido crime, e ela tivesse 172 votos, ela também não seria processada".
Ora, ora, ora!
A máscara dos golpistas está caindo na velocidade da luz.
Quer dizer que Dilma não cometeu crime e será derrubada?
E se ela "tivesse flagrantemente cometido crime", poderia não ser derrubada?
Eita, Brasil! Condena quem não cometeu crime, inocenta quem cometeu, tudo por conta de julgamentos políticos realizados por um parlamentos cheio de bandidos presidido por Cunha!
E o voto popular, que é o principal julgamento político da nossa democracia, não vale nada?
Gilmar esqueceu disso? Que Dilma ganhou, por duas vezes consecutivas, as eleições presidenciais?
O voto de um punhado de deputados enrolados com a justiça, liderados por uma figura como Eduardo Cunha, vale mais que o sufrágio universal de 140 milhões de eleitores?
Não, Gilmar não esqueceu, tanto que, como ministro do TSE responsável pelas contas da Dilma (e agora como presidente do TSE), mandou reabrir inquéritos contra a campanha dela várias vezes. As contas são aprovadas e Gilmar reabre a investigação, sempre tentando criar factoides políticos negativos para o governo, com objetivo de desestabilizá-lo e de criar atmosfera política mais propícia para o golpe tipo 1 (parlamentar, que está dando certo) ou tipo 2 (cassação eleitoral, que é o plano B dos golpistas). E agora Gilmar quer separar as contas de Dilma e Temer, obviamente para reprovar só a primeira, uma bizarrice que mereceu, inclusive, uma pergunta crítica de um professor sueco que participava do encontro, para grande constrangimento do ministro.
A bizarrice é tanta que Gilmar, já satisfeito com o relativo e temporário sucesso do golpe, puxou o freio do processo de investigação das contas de Dilma, postergando-o para o ano que vem.
É assim, ele acelera, atrasa, reabre, a análise das contas de Dilma a seu bel prazer.
Gilmar inaugura uma nova modalidade de chicana jurídica: a chicana de acusação, conduzida pelo próprio juiz!
Em seguida, Calasans perguntou porque Lula foi impedido de assumir o ministério, sob pretexto de que estaria tentando "fugir" da justiça comum, enquanto Michel Temer nomeou mais de sete ministros indiciados que também, ao assumirem o cargo, ganharam fóro privilegiado, e poderiam igualmente ser acusados de estarem "fugindo".
Mais uma vez, Mendes se embananou todo e disse que as situações eram completamente diferentes, sem conseguir apontar nenhuma diferença. (...)

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da postagem e assistir  o vídeo com a entrevista exclusiva com Gilmar Mendes, feita por Wellington Calasans, filmada por Pedro Gomes, especialmente para O Cafezinho.

17 junho 2016

RS: ‘A truculência nos chocou’, dizem conselheiras tutelares sobre atuação da BM com adolescentes



Por Débora Fogliatto, no Sul21*
Os 37 adolescentes, além de dez adultos, que foram detidos durante a ocupação da Secretaria da Fazenda(Sefaz) na última quarta-feira (15) aparecem em vídeos e fotos sendo arrastados pelos pés e braços e levando de spray de pimenta nos olhos pela Brigada Militar. Os relatos dos menores, com idades a partir dos 14 anos, também revelam que eles ficaram machucados, assustados e, segundo uma das jovens, ainda estão abalados psicologicamente. A situação foi parcialmente acompanhada por conselheiras tutelares, que não foram chamadas pelo governo estadual para ir ao local, mas receberam diversas ligações com denúncias de possíveis abusos de direitos e se dirigiram à Secretaria.
As chamadas vieram de pessoas que passavam pelo local, professores, entidades e dos próprios adolescentes e motivaram a ida das conselheiras, que destacam o artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que as define como garantidoras de direitos, para justificar a necessidade de sua presença. “Recebemos várias ligações pedindo a nossa presença. E assim que isso aconteceu, nos dirigimos para lá, mas deixaram passar só um conselheiro e minha colega acompanhou, até para ver se não iam passar dos limites”, relata Gisele Wolkind Aberbuj, que não pode entrar na Secretaria.
Embora não seja de praxe o Conselho atuar em casos de atos infracionais, essa foi uma situação específica, de acordo com a conselheira Aline Lima Bettio. “Nosso entendimento foi de que se eles vieram a cometer atos infracionais, vão responder às autoridades, mas nosso papel era denunciar eventuais abusos que pudessem acontecer, mesmo com os limites legais da nossa atuação”, explica. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo.

15 junho 2016

Mais estragos do delator-gravador: eleição de Aécio, com FHC, teve “vaquinha de propina” (no Tijolaço)



Por Fernando Brito*
Dinheiro recolhido numa “vaquinha” entre empresas daqui e do exterior para eleger deputados comprometidos a conduzir Aécio Neves à presidência da Câmara.
E R$ 1 milhão, limpos – que corrigidos pela inflação, hoje, são R$ 3,2 milhões – para o rapaz fazer a sua própria campanha.
Fora o dinheiro de Furnas, pela vigésima vez denunciado também do depoimento do “delator do gravador” Sérgio Machado.
“Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas Toledo, que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para a eleição da bancada da Câmara à época”.
O dedo-duro de Sérgio Machado, ex-tucano que se bandeou para o PMDB para seguir grudado nas tetas, vai produzindo estragos a granel.
E ainda tem mais.
*Editor do Tijolaço http://www.tijolaco.com.br/