17 setembro 2016

Perseguição da Lava Jato a Lula é para consolidar o golpe, diz Fernando Morais

Para o escritor e jornalista, esforço das elites para derrubar Dilma seria em vão, caso não consigam inviabilizar Lula em 2018
por Redação RBA*
                                                                                                                        JAÍLTON GARCIA/RBA
Fernando Morais
Fernando Morais: 'Se não pegaram o Lula, não tem golpe, porque o Lula ganha as eleições de 2018'
São Paulo – Para o escritor e jornalista Fernando Morais, a tentativa de tirar Lula das eleições presidenciais de 2018, a partir de condenação judicial articulada pela Lava Jato, é parte da estratégia de consolidação do golpe que derrubou a presidenta Dilma em agosto passado. "Essa denúncia maluca, porque o próprio acusador diz que não tem como provar, é a consolidação do golpe", afirma Morais em entrevista à Rádio Brasil Atual na tarde de ontem (15).
"Só um ingênuo poderia acreditar que fariam tudo isso, que iriam juntar mídia, MP, parte do Judiciário, a Fiesp, os grandes bancos, para derrubar Dilma e entregar a presidência para o Lula", analisa o escritor. "Se não pegarem o Lula, não tem golpe, porque o Lula ganha as eleições de 2018."
Para ele, a apresentação da denúncia na quarta-feira (14) pelos procuradores da Lava Jato, sem a revelação de provas, e que virou piada na internet, não tem qualquer valor jurídico. "O que foi visto não é algo que diga respeito à Justiça, é puro marketing."
Ele também comentou a fala do ex-presidente Lula na tarde de ontem (15) para se defender das acusações. "Foi uma coisa muito espontânea e bonita. Dezenas de pessoas me contaram que choraram quando viram. O Lula é isso. Lula é essa pessoa sensível, que se emociona, fica bravo, fala palavrão. É esse o Lula que o povo adora, e vai elegê-lo de novo presidente em 2018."
Para o jornalista, o governo Temer só continuará tendo o apoio e a blindagem do empresariado e da grande imprensa se estabelecer o chamado "ajuste fiscal", que Morais classifica como "brutalidade".
Ele define o plano do "governo golpista" em três pontos: entregar as riquezas nacionais às multinacionais, em especial as reservas do pré-sal, estabelecer teto para os gastos sociais, que representa "garrote no pescoço do trabalhador" e pôr fim a política externa autônoma desenvolvida nos anos Lula e Dilma, e restabelecer a subordinação aos interesses das grandes potências.
"Pra gente evitar que isso aconteça, nós só temos uma arma, que é ir para a rua. Ganhamos no gramado, eles tomaram de nós no tapetão. É fazer o que o Lula, o MST, a CUT, o MTST e demais movimentos sociais estão fazendo: não dar um minuto de sossego para essa gente."
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*Via RBA

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