06 outubro 2016

Debate II: Eleições 2016 - Golpistas agradecem esquerda que quer PT fazendo “mea culpa”



Por Eduardo Guimarães*, no Blog da Cidadania
Em 2002, o PSDB elegeu 70 deputados federais. Em 1998, elegera 99. De 1994 a 1998, vimos a era de ouro do partido. Tudo acabou em 2002. A redução da bancada não traduzia o golpe que os tucanos haviam levado.
Claro que a debacle tucana ocorreu sem concurso da mídia, que, ao longo daquele ano, praticamente fez campanha eleitoral para José Serra enquanto defendia Fernando Henrique Cardoso da responsabilidade por entregar um país arrasado ao sucessor, com inflação de 12,4 % e desemprego de 12,6%, juros a 25% ao mês, salário mínimo de 200 reais (70 dólares), pobreza quase intocada, concentração de renda nas alturas, reservas cambiais de 17 bilhões de dólares (hoje, o país tem 370 bilhões de dólares em caixa).
No dia 1º de janeiro de 2003, dia em que Lula assumia a Presidência da República pela primeira vez, a Folha de São Paulo publicou a herança de FHC a Lula contendo esses dados.
Nos anos seguintes, a bancada do PSDB na Câmara Federal continuaria minguando.
Em 2006, passou para 66 deputados; em 2010, para 54 e, em 2014, apesar do ressurgimento da direita nas urnas após passar as três eleições anteriores sendo surrada, os tucanos continuaram com os mesmos 54 deputados – cerca de metade da bancada que tiveram um dia.
O PSDB só não afundou de vez por causa da mídia. E mesmo com o apoio desta o partido já não tinha o que dizer diante de governos do PT que faziam os trabalhadores ganharem mais todos os meses, com o desemprego despencando mês a mês.
Há várias interpretações para as causas da crise atual. Se eu disser que se deve a sabotagem da direita ou que as “jornadas de junho” geraram a crise porque espantaram o investidor, virá algum contraponto com versão diametralmente oposta. Porém, ninguém poderá negar que dos 13 anos que o PT governou o Brasil, durante 11 a vida das pessoas melhorou muito.
Quem tiver dúvida, basta consultar os indicadores oficiais e verá que de 2003 a 2014 salários e quantidade de empregos aumentaram e desigualdade e pobreza despencaram. Ponto.
Contudo, apesar de tudo isso, o PSDB resistiu e se ergueu. E se ergueu com inteligência. Se ergueu quando se deu conta de que deveria defender seu legado, claro que contando com a cumplicidade da mídia, que fez sumir os números da economia do fim do governo FHC.
O que é estarrecedor, portanto, é ver que aquela esquerda que, em 2013, convocou manifestações que tiraram a direita do armário e derrubaram a popularidade de Dilma de 65% para 31% em três semanas, agora quer que, após o PT ser massacrado pelo golpe e pelas urnas (que o massacraram por conta do golpe), continue se autoflagelando.
É pra acabar. Esse surto suicida da esquerda brasileira parece não ter fim.
Do julgamento do mensalão para frente, era óbvio que o golpe se tornaria inevitável e que passava por sabotagem da economia e por impeachment. Quando eu dizia que havia um golpe em marcha essa esquerda que quer ver o PT fazendo “mea culpa” em praça pública pelo golpe que sofreu, dizia que não haveria golpe algum, que “o mundo não aceitaria”.
Eu sempre tentei explicar a esses setores da esquerda que o golpe viria através do impeachment, mas nunca me deram ouvidos. Diziam-me adepto de “teorias da conspiração”.
Deu no que deu.
Agora, vem essa ideia de “jênio” de o PT fazer “mea culpa”. PQP! (...)
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